Pier Paolo Pasolini (Itália)
O Decameron (em italiano, Il Decameron) é um filme antológico de 1971 escrito e dirigido por Pier Paolo Pasolini, baseado na alegoria do século 15 de Giovanni Boccaccio. É o primeiro filme da Trilogia da Vida de Pasolini, que se completa com “Contos de Canterbury” e “As mil e uma noites”. O filme é uma adaptação de nove histórias do livro homônimo de Giovanni Boccaccio, que conta cem narrativas escritas entre 1348 e 1353.
Os contos contêm abundante nudez, sexo, humor escatológico e de pastelão – numa uma coletânea de nove contos que retratam a vida na Itália medieval, com temas como amor, sexo, traição e morte. Cada conto é apresentado por um narrador diferente e é ambientado em um cenário diferente. O filme é uma reflexão sobre a natureza humana e a condição humana, com uma abordagem crítica e irônica.
A intenção de Pasolini não era recriar fielmente o mundo dos personagens de Boccaccio, mas criticar o mundo contemporâneo através do uso metafórico dos temas presentes nas histórias – que são frequentemente alteradas para o sul da Itália, e é usado um forte uso do dialeto napolitano para significar o mau tratamento e a exploração econômica da região mais pobre pelas partes mais ricas do norte da Itália.
O filme foi inscrito no 21º Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde ganhou o Prêmio Extraordinário do Júri de Urso de Prata. Apesar do sucesso e do aclamado pela crítica deste filme, Pasolini ficou chateado com os inúmeros remakes e cópias de baixa qualidade que ele gerou. Ele considerava esses filmes um insulto à mensagem anticapitalista do filme e se desassociaria deste filme em seus últimos dias antes de morrer.
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