Glauber Rocha (Brasil)
Deus e o Diabo na Terra do Sol (que se chamou Black God, White Devil nos EUA) é um filme brasileiro de 1964 dirigido e escrito por Glauber Rocha. O filme conta com Othon Bastos, Maurício do Valle, Yoná Magalhães e Geraldo Del Rey no elenco. Pertence ao movimento Cinema Novo, abordando os problemas sociopolíticos do Brasil dos anos 1960.
O filme foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1964, mas não venceu. Foi também selecionado como representante do Brasil para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro na 37ª cerimônia do Oscar, mas não foi aceito como indicado. Em 2015, foi votado em segundo lugar na lista dos 100 melhores filmes brasileiros da Abraccine.
O enredo
O filme começa na década de 1940, durante outra seca no sertão, quando o vaqueiro Manoel (Geraldo Del Rey) está cansado de sua situação e espera comprar seu próprio pedaço de terra. Seu patrão tenta enganá-lo em relação aos seus ganhos e Manoel o mata, fugindo com sua esposa, Rosa (Yoná Magalhães). Agora um fugitivo da lei, Manoel viaja para o local sagrado de Monte Santo para se juntar a um culto religioso liderado pelo autoproclamado santo Sebastião, que aprova a violência (em um momento, matando um bebê) e prega doutrinas perturbadoras contra os proprietários de terras ricos. Enquanto isso, a igreja e as elites locais contratam um caçador de recompensas chamado Antônio das Mortes para eliminar o grupo. Antes que Antônio possa assassinar Sebastião, Rosa o esfaqueia, deixando-o morto, e os dois estão em movimento novamente. Neste ponto, o casal acaba com um grupo de cangaceiros que também trabalham para derrubar o governo e os chefes do sertão. Antônio é agora encarregado de assassinar esses bandoleiros. Ele encontra os líderes dos cangaceiros, Corisco e Dadá, e os mata, deixando Manoel e Rosa sozinhos novamente.
E assim, os dois correm de uma lealdade para outra, seguindo as palavras dos outros enquanto tentam encontrar um lugar em sua terra impiedosa. Misturando misticismo, religião e cultura popular neste drama simbólico e realista, Rocha insiste que, em vez de seguir os dogmas externos e obscuros da cultura e da religião, o homem deve determinar seu caminho por sua própria voz.
A produção
Glauber Rocha tinha 25 anos quando escreveu e começou a dirigir o filme. As filmagens ocorreram em Monte Santo e Canudos, na Bahia, durando de junho a setembro de 1963.
