Daniel Burman (Argentina)
O abraço partido é um filme coproduzido internacionalmente (Argentina, França, Itália e Espanha) em 2004, dirigido por Daniel Burman e escrito por Burman e Marcelo Birmajer. O filme conta com a participação de Daniel Hendler, Adriana Aizemberg, Jorge D’Elía, entre outros. Foi a escolha oficial da Argentina para a categoria de Filme em Língua Estrangeira no Oscar Awards de 2004.
A comédia dramática conta a história de Ariel Makaroff, o neto de refugiados poloneses da era do Holocausto, que atualmente está em uma complexa busca por sua identidade pessoal e cultural.
O enredo
Os episódios na vida de uma família judia no bairro de Once, em Buenos Aires, e outros comerciantes em uma galeria comercial de baixo aluguel são retratados na história.
O narrador, Ariel Makaroff (Daniel Hendler), é o filho de Sonia Makaroff (Adriana Aizemberg), que foi abandonada por seu marido (Jorge D’Elía) quando ele foi para Israel em 1973 para lutar na Guerra do Yom Kippur. No entanto, o pai está em contato com Sonia por telefone semanalmente e apoia Ariel e seu irmão Joseph (Sergio Boris). Sonia dirige uma loja de lingerie na galeria.
Ariel é um jovem apressado sem muito senso de direção. Ele está tendo um caso com Rita (Silvina Bosco), uma mulher mais velha, suspira por sua ex-namorada Estella (Melina Petriella) e fantasia emigrar para a Polônia, de onde sua família veio durante a Segunda Guerra Mundial.
Ele reclama de sua avó (Rosita Londner) por documentos de imigração que apoiarão sua reivindicação de cidadania polonesa, pois ele quer se tornar “europeu”. Isso força sua avó a lembrar suas memórias da Polônia do Holocausto.
Ariel também visita o rabino para obter documentos. Um deles foi cortado em um canto e o rabino explica: “Então, ninguém pode usá-lo novamente.” – “Ah! Como circuncisão!”, retruca Ariel. Como Woody Allen em “Desconstruindo Harry”, Burman toma uma posição irônica contra a circuncisão.
Em certo ponto, os proprietários das lojas organizam uma corrida contra outro grupo de comerciantes. Eles esperam ganhar uma bolsa em dinheiro e consertar a fachada de sua galeria e instalar ar condicionado.
Outros personagens incluem: uma grande família italiana cujas discussões barulhentas abafam os rádios em sua loja de conserto de rádios; um casal coreano tranquilo que administra uma boutique de feng shui; Mitelman (Diego Korol), que dirige uma agência de viagens, mas que é na verdade uma fachada para o contrabando de moeda; e um solitário estacionário chamado Osvaldo (Isaac Fajm).
Logo antes da grande corrida, o pai de Ariel aparece repentinamente em Buenos Aires. Sua mãe confessa a Ariel que seu pai deixou a Argentina e a família porque ela teve um breve caso com Osvaldo, o comerciante da loja ao lado. Foi algo passageiro e não significou nada, mas arruinou o casamento. Ariel finalmente ouve o lado da história de seu pai: ele não conseguiu superar o fato de que sua mãe o havia traído com Osvaldo. Elías finalmente pode abraçar seu filho em um abraço há muito tempo esperado, e Ariel abraça seu pai também nos momentos finais do filme.
“Abrazo partido” é parte de uma trilogia de filmes. Os outros dois são: “Esperando al mesías” (2000) e “Derecho de familia” (2006). Todos foram escritos e dirigidos por Burman e estrelados por Daniel Hendler. Eles são em grande parte autobiográficos, lidando com a vida de um jovem judeu na Buenos Aires contemporânea.
O nome do filme em espanhol é um trocadilho intencional: abrazo significa “abraço” e não faz sentido seguido por partido “quebrado” ou “ido”, mas abrazo partido, literalmente “com o braço quebrado”, significa “lutar fortemente, com vigor”. Também pode ser entendido como “o abraço dividido”, ou seja, um abraço incompleto ou feito com apenas um braço. A avó canta uma música klezmer durante os créditos finais.
