Jogos de manipulação das verdades e mentiras

O jogo das redes sociais e aplicativos permite experimentar diferentes identidades, mas exige respeito às regras. É preciso entender esses mecanismos para evitar manipulação e mistificação das massas.

As conversas nas redes e aplicativos sociais são um grande jogo em que as pessoas são suas peças e personagens. Nesse sentido, tem tudo a ver com história oral, com história digital, com ficção, e tem a ver com a verdade/mentira também. Mesmo quando o sujeito pretende ser o que não é, no fundo ele “está sendo”. Aquilo que você quer ser é parte daquilo que você é. Quem afirma que quer ser médico, de alguma forma já é um pouquinho médico. Só pelo fato de querer ser, ele já passa a ser. Quando o sujeito diz que quer ser assassino, matar um montão de gente, no fundo já é um pouco assassino, se você permitir. Fernando Pessoa já dizia que “o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a sentir que é dor a dor que deveras sente”. O sujeito que entra no chat e diz ser uma loira de olhos azuis, talvez queria experimentar ser isso. Não quer dizer que queira sê-lo de verdade. Ou seja, nessas experiências você pode vivenciar coisas que não é.

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Dados, informação e conhecimento

Na era da informação e conhecimento, a transformação tecnológica redefine sociedade e educação, destacando a importância da construção individual do saber.

Num mundo em permanente transformação, o impacto das modernas tecnologias de comunicação produziu o que se chama hoje de “Sociedade da Informação e do Conhecimento” – gerando novos impactos nos modos de produção, mexendo na cultura e nos costumes, alterando aspectos es­senciais no exercício do próprio poder.

Hoje, praticamente qualquer ponto do planeta está literalmente ligado à rede mundial de informações, através da inter­net. O impacto dessa nova estrada, por onde não mais circulam átomos, mas sim bits, afeta cada vez mais todas as áreas da civilização: da guerra e do crime até a cultura e o comércio. A educação não pode ser, como o foi nos demais avanços tecnológicos havidos até hoje, a “última a saber” e parece que isso, desta feita, não ocorrerá – mesmo porque a internet nasceu neste berço e seu uso na educação já possui inúmeras experiências bem (e mal) sucedidas.

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Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça

Audiovisuais de curtíssima-metragem pedagógicos e políticos estimulam aprendizado, debate e ação coletiva.

Com a frase “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, Glauber Rocha trabalhava na criação de uma estética cinematográfica com uma mensagem política revolucionária.

Inegavelmente, muitos dos resultados dessa combinação podem ser sofríveis, mas o processo envolvido é sempre de muita aprendizagem. Ao contrário da imagem de um gênio improvisador, a análise dos roteiros de Glauber reflete um processo minucioso de planejamento do filme pelo cineasta, na construção das personagens e na pesquisa. Os roteiros de Deus e o Diabo na terra do sol refletem um processo minucioso de planejamento do filme pelo cineasta, que realizou várias viagens pelo sertão nordestino e fez pesquisas rigorosas sobre o cangaço.

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Os desconhecidos Direitos do Público

Na res publica, aquilo que é do público, o que é comum a todos, é o sentido básico da organização republicana.

Na sociedade da informação e do conhecimento, a legislação de proteção a direitos autorais e de imagem, patentes e copirraites (sim, esta palavra já está dicionarizada em nosso idioma!) é cada vez mais efetiva, e os valores econômicos envolvidos têm ganhos de escala e de valor cada vez maiores.

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Aprendizagem lúdica: os jogos e o mundo

Viver é descobrir e criar as regras do jogo da vida, e os jogos na educação promovem aprendizagem ativa e reflexão sobre a realidade.

Nós vivemos em um tabuleiro de jogo. Nosso planeta está todo dividido em casinhas, que são as latitudes e longitudes, os países e as cidades são divididos em bairros, ruas, empresas, casas ou apartamentos. Isso fica muito visível hoje com o Google Maps, com o GPS, todo mundo se orienta pelo Waze em cima desse tabuleiro que é o planeta. 

Mas quais são as regras desse jogo que vivemos?

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Alguns desafios da inclusão digital

A tecnologia em si não é boa ou ruim, mas amplifica e potencializa a ação humana, tal como um megafone pode fazer o bom cantor alegrar multidões e o desafinado incomodar muito mais gente!

A chamada sociedade da informação e do conhecimento traz consigo impactos sociais capazes de levar a uma transformação maior que a produzida pela Revolução Industrial. Um mundo baseado cada vez mais na troca de valores simbólicos, do dinheiro à informação, vai mudar o eixo da economia, acabar com muitos conceitos atuais de trabalho, valorizar o saber e a aprendizagem. Neste contexto, os excluídos sê-lo-ão ainda mais, se não houverem políticas e ações visando combater o aprofundamento da clivagem social trazida pelas novas tecnologias, com a robótica e inteligência artificial a substituir trabalhos repetitivos automatizáveis.

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O valor do erro na aprendizagem

Em um mundo em constante transformação, explorar o erro como uma oportunidade de aprendizado é essencial para o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia na educação.

Em nossa sociedade, de cultura judaico-cristã, o erro é frequentemente sinônimo de “pecado”. E o taylorismo-fordismo da sociedade industrial vê nos erros da linha de montagem um óbice à eficácia da produção. Já a frase “errare humanum est” é atribuída a Sêneca (posteriormente complementada por Santo Agostinho, ao dizer que “errar é humano, mas persistir no erro é diabólico”).

Mas nossa abordagem aqui é sobre o valor do erro nos processos de aprendizagem. 

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Da mais-valia à “mais-sabia”

A mais-valia é considerada um dos principais mecanismos de acumulação de capital e desigualdade social no sistema capitalista.

A mais-valia é um conceito fundamental na teoria econômica de Karl Marx. Refere-se à diferença entre o valor produzido por um trabalhador e a remuneração que ele recebe em troca desse trabalho. É a forma pela qual os empregadores se apropriam do valor excedente gerado pelos trabalhadores, aumentando assim seus próprios lucros. A mais-valia é considerada um dos principais mecanismos de acumulação de capital e desigualdade social no sistema capitalista.

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As palavras, lidas e escritas

Embora as comunicações por áudio e vídeo sejam cada vez mais naturais, quem não sabe escrever está prejudicado – como alguém que olha a estrada diante de si e não sabe usar os pés para andar.

Como nenhum outro meio de comunicação anterior (os tambores têm pouco alcance, as cartas demoram para chegar, ao telefone muitas vezes o som da voz pode nos seduzir ou irritar mais que as palavras proferidas, a televisão é dos donos dos canais, a rádio em geral concessões fisiológicas), a Internet nos coloca interativamente em contato, superando barreiras de idade, sexo, cultura e, principalmente, distância geográfica. Aqui, cada um pode não apenas ler o que quiser quando tiver vontade, mas pode escrever, participar, ter os tais 15 minutos de fama que foram prometidos e ninguém dava…

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Fake news e a tecnobarbárie

A psicologia das massas de Freud pode ajudar a explicar por que as pessoas acreditam em informações falsas ou propagam notícias sem verificar sua veracidade.

Fake news sempre existiram. A versão da História que temos, em grande parte é lastreada pelas narrativas dos vencedores das guerras, pelos escribas contratados pelos monarcas, e cantadas por menestréis remunerados para levar tais versões dos fatos em canto e verso (hoje como “memes” na rede), consolidadas pelos documentos e livros produzidos por esses protagonistas.

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