A digitalização e manipulação de dados impulsionam um novo imperialismo tecnopolítico, alimentando a extrema-direita e corroendo a democracia com algoritmos e exploração.
O mundo de hoje é composto de duas camadas complementares: a física, constituída de átomos, e a digital, formada de bits. O feijão que comemos tem seus nutrientes compostos de átomos, porém seu preço é feito em bits. Cada vez mais, todos os elementos da realidade são digitalizados, sejam objetos ou, principalmente, as pessoas e suas ações.
No mundo digitalizado, as pessoas definem seus trajetos através de informações de algoritmos de trânsito coletados em tempo real e retroalimentam o sistema com as coordenadas de seu geoposicionamento. Pesquisamos modelos e preços de aparelhos, encomendamos comida, curtimos postagens de amigos e desconhecidos, em uma série de ações que são mapeadas e cruzadas com todos os dados já existentes sobre cada um de nós. Isso tudo alimenta grandes bancos de dados, o tal de Big Data (grandes e complexos conjuntos de dados que precisam de tecnologias especiais para análise e compreensão), base essencial para as plataformas de inteligência artificial interagirem através de algoritmos desenhados com finalidades específicas.
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