Do microtrabalho à lumpenproletarização: estratégias para enfrentar a precarização

A substituição de empregos formais por ocupações informais, muitas vezes mediadas por aplicativos, expõe trabalhadores à insegurança econômica e à ausência de direitos básicos.

A análise marxista das transformações contemporâneas no mundo do trabalho, como o microtrabalho, a uberização e a lumpenproletarização, revela desafios significativos para a classe trabalhadora e para os comunistas que buscam compreender e intervir nessas dinâmicas.

microtrabalho refere-se a tarefas fragmentadas e de curta duração, frequentemente mediadas por plataformas digitais. A uberização, por sua vez, caracteriza-se pela intermediação de serviços por aplicativos, onde trabalhadores são tratados como autônomos, sem vínculos empregatícios formais. Essas modalidades flexibilizam as relações laborais, mas também precarizam o trabalho, retirando direitos e garantias históricas. A ausência de benefícios como previdência, férias remuneradas e proteção contra demissões arbitrárias coloca os trabalhadores em situação vulnerável.

lumpenproletarização, conceito marxista que descreve a degradação de segmentos do proletariado a condições de subsistência marginal, é observada quando trabalhadores são empurrados para atividades informais e instáveis. A expansão do trabalho mediado por plataformas digitais pode contribuir para esse fenômeno, ao desestruturar empregos formais e empurrar trabalhadores para a informalidade.

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Ciberbullying, jogos de controle, poder e lucro

Analisando as raízes históricas e as dinâmicas de poder do bullying e ciberbullying, este texto destaca a necessidade de uma abordagem estrutural para combater essas práticas abusivas.

Desde priscas eras, as relações de ameaça, perseguição, assédio e intimidação ocorrem entre indivíduos, entre grupos, entre classes. Na maioria das vezes, com interesses econômicos exploratórios, objetivando acúmulo de riqueza e poder.

De origem inglesa, desde o século passado, a palavra “bully” passou a designar alguém que assedia, intimida ou aterroriza outros, especialmente em contextos escolares. O mundo digital nos agregou o “ciber”, palavra de origem grega para controle e direção que inspirou o termo “cybernetics” – introduzido pelo matemático e filósofo norte-americano Norbert Wiener, em 1948, em seu livro Cibernética: ou o controle e comunicação no animal e na máquina (em inglês, “Cybernetics: Or Control and Communication in the Animal and the Machine”).

Nasce aí o atual “ciberbullying” – que é a prática de intimidação, assédio ou humilhação de uma pessoa ou grupo, utilizando meios digitais, como redes sociais, mensagens de texto, e-mails e outras plataformas online, em geral de forma repetitiva e intencional.

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Segurança digital e proteção de dados

Adotar senhas fortes, manter sistemas atualizados e verificar remetentes e sites, são práticas essenciais para proteger informações pessoais e financeiras contra ameaças online.

Todo mundo sabe que não se deve deixar aberta a porta de sua casa para evitar que ladrões o roubem, mas os mesmos cuidados não são tomados muitas vezes com relação às suas portas e janelas digitais, que dão acesso a suas contas bancárias, às suas redes sociais e outras ferramentas de comunicação.

Além dos dados mais sensíveis, como senhas, é cada vez mais importante resguardar outras informações de sua “persona” digital, que são cada vez mais captadas e usadas por grandes sistemas coletores e sistematizadores de dados, o chamado Big Data, potencializadas com algoritmos de inteligência artificial.

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A digitalização do mundo e o tecnoimperialismo

A digitalização e manipulação de dados impulsionam um novo imperialismo tecnopolítico, alimentando a extrema-direita e corroendo a democracia com algoritmos e exploração.

O mundo de hoje é composto de duas camadas complementares: a física, constituída de átomos, e a digital, formada de bits. O feijão que comemos tem seus nutrientes compostos de átomos, porém seu preço é feito em bits. Cada vez mais, todos os elementos da realidade são digitalizados, sejam objetos ou, principalmente, as pessoas e suas ações.

No mundo digitalizado, as pessoas definem seus trajetos através de informações de algoritmos de trânsito coletados em tempo real e retroalimentam o sistema com as coordenadas de seu geoposicionamento. Pesquisamos modelos e preços de aparelhos, encomendamos comida, curtimos postagens de amigos e desconhecidos, em uma série de ações que são mapeadas e cruzadas com todos os dados já existentes sobre cada um de nós. Isso tudo alimenta grandes bancos de dados, o tal de Big Data (grandes e complexos conjuntos de dados que precisam de tecnologias especiais para análise e compreensão), base essencial para as plataformas de inteligência artificial interagirem através de algoritmos desenhados com finalidades específicas.

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50 anos da Revolução dos Cravos

A luta contínua pela democracia e a influência histórica das colônias na queda do fascismo em Portugal.

“Temos a certeza que a liquidação do colonialismo português arrastará a destruição do fascismo em Portugal”, afirmou Amílcar Cabral, histórico líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, em 1961.

Juntamente com Agostinho Neto, do Movimento Popular de Libertação de Angola, e Samora Machel, da Frente de Libertação de Moçambique, os movimentos de libertação das colônias portuguesas tiveram uma influência significativa na conscientização política dos oficiais portugueses e desempenharam um papel importante na eclosão da Revolução do 25 de Abril em Portugal.

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Combatendo a ditadura das Big Techs

A urgência de regular as Big Techs diante de ameaças à democracia e soberania nacional, evidenciadas pelo comportamento disruptivo de figuras como Elon Musk.

O recente ataque do bilionário Elon Musk às instituições brasileiras colocou a nu um dos maiores perigos para a soberania das nações: o poder das chamadas Big Techs. Se, no início do século 20, a política do Big Stick (com o lema “fale manso e carregue um grande porrete”) foi uma abordagem de política externa adotada por Theodore Roosevelt, que usava o poder militar dos EUA para influenciar a política internacional, hoje as Big Techs usam sua força econômica e tecnológica para influenciar políticas e mercados.

As Big Techs, como são chamadas as grandes empresas mundiais de tecnologia, exercem um poder significativo devido ao seu tamanho, alcance e influência econômica, sendo cada vez mais capazes de moldar a opinião pública, influenciar políticas governamentais e definir padrões de consumo e comportamento através de suas plataformas e produtos. Suas políticas envolvem questões de privacidade de dados, monopólio de mercado e regulação, onde enfrentam desafios legais e sociais para equilibrar seus interesses comerciais com as preocupações públicas e governamentais.

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Inteligência artificial, menos esperta que gatos

A tecnologia, incluindo a inteligência artificial, não é neutra e reflete as relações de poder na sociedade. Portanto, é essencial que haja um controle democrático sobre o desenvolvimento e uso da IA.

Impressiona ver a quantidade de pessoas e organizações que dizem “precisamos fazer algo com a inteligência artificial” mas que não têm ideias sobre o que querem ou precisam fazer. Essa é o tipo de coisa que, se você não sabe o que fazer com ela, certamente deverá ter receios sobre o que outros poderiam fazer.

Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, acredita que o medo generalizado de que modelos poderosos de inteligência artificial sejam perigosos é em grande parte imaginário, porque a tecnologia atual está longe de ser humana, nem mesmo é comparável à inteligência ao nível de um gato. O cérebro de um gato doméstico tem cerca de 800 milhões de neurônios, o cérebro de um cão tem cerca de 2 bilhões de neurônios e um cérebro humano maduro tem cerca de 100 bilhões.

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Celulares em aulas e reuniões

Um dos efeitos nocivos da extrema conectividade que temos hoje é o excesso de informação usado como estratégia para a desinformação.

Todo mundo tem um celular no bolso ou na bolsa. Com a pandemia, as relações digitais – por texto, áudio ou vídeo – se expandiram, seja em conversas em pequenos grupos, em reuniões empresariais ou partidárias, em cursos à distância. Quando as pessoas não usam celular, utilizam computador (ou ambos).

Quando os Jetsons se comunicavam à distância com outras pessoas, ou em Jornada nas Estrelas, quando um Spock no planeta lá embaixo conversava numa boa com um Kirk na espaçonave em órbita, ninguém pensava nos inúmeros impactos que estas tecnologias de comunicação teriam sobre a sociedade, a psicologia, a economia e até mesmo nas relações amorosas, familiares e políticas.

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A língua portuguesa e os conteúdos digitais

Quantidade de conteúdos em língua portuguesa na internet pode ser reveladora do potencial, inclusive econômico, de nosso idioma.

A quantidade de conteúdos em língua portuguesa na internet pode ser reveladora do potencial, inclusive econômico, de nosso idioma – o nono mais falado no planeta (e quarto em termos de falantes nativos), sendo a língua mais falada no hemisfério sul. Estima-se que algo entre 3% e 4% dos conteúdos na internet estão em português. Já em termos da quantidade de livros, os publicados em nosso idioma representam cerca de 2% dos editados em inglês, diferença essa multiplicada em função das tiragens muito baixas do nosso mercado editorial.

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Robinson Crusoe e as tecnologias educacionais

A tomada de decisões – “motor” básico de quase toda a simulação – pode levar os estudantes a fazer uma série de perguntas, visando a algumas abordagens que a resolução de problemas implica.

Quando se fala em uso das novas tecnologias na escola sempre surgem as inevitáveis menções às inúmeras carências, de janelas quebradas até os baixos salários dos professores. Sem pretender entrar nessa discussão, pelo menos neste texto, não podemos deixar de apontar que é apenas com o melhor da tecnologia que evitaremos uma clivagem social ainda maior entre a escola pública e a privada (ou entre o Brasil e as nações desenvolvidas). Como disse Seymour Pappert a um interlocutor: “não morda meu dedo, olhe para onde estou apontando”.

Antes de prosseguirmos, vamos conceituar o que é tecnologia. Isto é fundamental numa área onde se cultuam tantos totens tecnológicos, onde se consideram obsoletos dispositivos que sequer tiveram suas possibilidades exploradas, e onde a “culpa” pelo não-uso é sempre da falta de equipamentos melhores.

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Multiverso, um possível universo digital

O conceito de metaverso, embora promissor, enfrenta desafios tecnológicos e comerciais para sua plena realização e impacto na sociedade.

O termo “metaverso” refere-se a um conceito expansivo e interativo de universo virtual, em plataformas online, onde as pessoas podem interagir entre si e com o ambiente digital tridimensional de maneira semelhante à interação no mundo real, por meio de avatares personalizados.

Este conceito surgiu em um livro de ficção científica chamado Snow Crash, do escritor Neal Stephenson, publicado em 1992, mas ganhou popularidade em 2021, quando o Facebook anunciou a mudança de nome para Meta e revelou seus planos de construir um metaverso. Outras empresas de tecnologia, como a Microsoft, também estão investindo nessa ideia. Uma primeira versão de metaverso alcançou certa popularidade há alguns anos com o Second Life, lançado em 2003. Foi um dos primeiros mundos virtuais 3D online a permitir que os usuários criassem seus próprios avatares e interagissem uns com os outros em um ambiente online compartilhado.

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Os direitos autorais e seus desafios

Um panorama complexo que envolve interesses diversos, da remuneração dos autores à garantia do acesso cultural, demandando reflexão e debate amplo.

O “direito do autor” nasceu há cerca de 300 anos, em vários lugares do mundo assumindo características diferentes e mudando ao longo desse período inúmeras vezes e em diversos aspectos. A discussão de sua atualização em tempos de inteligências artificiais e também considerando os impeditivos da circulação de obras, assim como a justa remuneração dos autores propriamente ditos (com raras exceções algo quase insignificante, inclusive devido a tiragens irrelevantes) é de grande importância para todos os envolvidos, dos autores a seus leitores, passando pelos intermediários na cadeia de edição e distribuição, também importantes partícipes nesta questão.

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Usando interlocutores artificiais na educação

Como essas plataformas trabalham com a geração artificial de textos e de imagens, há uma tendência para achar que esse “psitacismo cibernético” pode funcionar como uma pitonisa que tudo sabe.

Cada dia mais as chamadas “inteligências artificiais”, ou IA para os íntimos, estão na boca do povo. Mesmo sem saber direito o que rola, alguns se apavoram, outros se extasiam e outros tentam aprender e discutir os impactos em várias áreas da atividade humana.

Há um nítido exagero no uso do termo “inteligência” para se referir às variadas plataformas de software existentes em intenso desenvolvimento. Há muita inteligência envolvida, obviamente, porém é a inteligência humana que está a gerar resultados impressionantes, que precisamos acompanhar e estudar formas de regulação e controles sociais.

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O celular na sala de aula

O desafio não está na proibição do celular, mas sim na transformação de seu uso em uma ferramenta educacional inovadora e construtiva.

É cada vez mais difícil encontrar algum estudante que não tenha consigo um aparelho celular. Assim como a imensa maioria dos brasileiros (já temos uma quantidade muito maior de celulares do que de pessoas no país), quase todo o aluno carrega no bolso ou na bolsa um desses dispositivos de comunicação.

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A inteligência artificial na produção artística

O debate sobre o papel da IA na criação artística requer reflexão sobre ética, direitos autorais e equilíbrio entre inovação tecnológica e valorização do trabalho criativo humano.

Com as “habilidades” de geração de imagens por inteligência artificial cada vez mais desenvolvidas, têm surgido alguns questionamentos e preocupações especialmente por parte de profissionais da ilustração e do mercado editorial.

Esta discussão é fundamental não só para ilustradores, mas também para todos os demais profissionais de editoração, jornalismo e para a arte e cultura em geral, inclusive com suas implicações na educação, na ciência, na economia.

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Da caverna de Platão ao fetiche da mercadoria

Platão e Marx ecoam na era digital, mostrando como a realidade virtual e a economia obscurecem relações sociais e verdade.

Na alegoria da caverna, que Platão narra em seu A República, seres humanos acorrentados dentro de uma caverna desde o nascimento têm suas visões limitadas à parede da caverna, onde observam as sombras projetadas que são criadas por objetos fora de sua visão, iluminados pela luz fora da caverna. A realidade percebida pelos sentidos (as sombras na parede) e a realidade mais ampla e verdadeira fora da caverna guardam muita coisa em comum porém podem ser totalmente díspares. Platão utiliza essa metáfora para discutir a natureza da realidade e do conhecimento.

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Redes digitais e comunidades de prática

As redes sociais, parte intrínseca da cultura, transformam as interações humanas, influenciando a educação, a política e as relações sociais.

As redes sociais existem há milhares de anos, fazendo parte da própria civilização e da cultura da humanidade de modo tão intrínseco que mal temos consciência de sua existência. Além das relações presenciais, há muito que a distância tem sido superada por mecanismos de comunicação como a escrita, os correios, a imprensa, o rádio, o telégrafo, a televisão etc. Hoje com isso tudo na internet.

Porém, as redes hoje estão em evidência e o senso comum designa cada vez mais por este termo as redes digitais que se desenvolvem através das tecnologias de informação e comunicação na internet (Instagram, Facebook, YouTube, TikTok, ex-Twitter, Wikipédia, WhatsApp e muitas mais), além de outros ambientes de interação na web.

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O digital: leitura, educação e ação política

As tecnologias digitais desafiam a educação e a sociedade, criando oportunidades e ameaças que exigem reflexão e ação.

Um importante aspecto envolvendo as tecnologias digitais é o da leitura. As pessoas vão deixar de ler livros no bom e consagrado formato de edições em papel? No caso dos livros didáticos e dos dicionários, em boa parte sim; no caso de romances, de poesia, quase certamente não exclusivamente. Afinal, o papel é uma tecnologia comprovadamente resistente, que não necessita de fonte de energia, e assim como o cinema não acabou com o teatro, nem a televisão acabou com o cinema, o livro possui inúmeras vantagens. O maior inimigo dos livros não são os leitores de formatos digitais (que nos grandes sistemas online são também os maiores compradores de edições em papel) mas sim os não-leitores.

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Microcontos, criatividade e síntese de comunicação

Narrar uma história em tão pouco espaço deve contar com a cooperação do leitor, que necessita completar, com sua imaginação, os elementos sugestivos construídos pelo autor.

Dizer muito com poucas palavras sempre foi algo essencial para a comunicação, seja em palavras de ordem de movimentos políticos, em refrões de músicas, em propagandas marcantes. Vamos abordar aqui como isso pode ser usado de forma criativa para a comunicação nas redes sociais, onde narrativas simplórias usando da escatologia ao mais primário anticomunismo grassam e se multiplicam.

Trabalhar a criatividade mais literária, de contação de “causos” ou histórias de vida, é uma ótima estratégia para desenvolver habilidades de redação enxuta. E os microcontos são pequenas narrativas que devem caber em mensagens de redes sociais. Isto é, não devem ultrapassar 140 toques.

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Tecnologias sociais: os saberes dos comuns

A tecnologia social representa a convergência da ação comunitária e da expertise acadêmica para resolver desafios sociais de forma participativa, acessível e replicável.

Tecnologia social é um conceito que engloba produtos e técnicas ou metodologias, facilmente aplicáveis e reaplicáveis, que resolvam problemas sociais locais, idealmente sendo desenvolvidas em interação com a comunidade. O foco prioritário deve ser o que é interesse comum a todos

Toda a tecnologia social deve ser planejada para combater algum problema que afete os indicadores do IDH (que mede a qualidade de vida da população a partir dos eixos de educação, expectativa de vida e renda) ou outros objetivos com alguma forma de mensuração. A abordagem não pode ser meramente idealista, precisa ter metodologia científica e escopo social.

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Jogos de manipulação das verdades e mentiras

O jogo das redes sociais e aplicativos permite experimentar diferentes identidades, mas exige respeito às regras. É preciso entender esses mecanismos para evitar manipulação e mistificação das massas.

As conversas nas redes e aplicativos sociais são um grande jogo em que as pessoas são suas peças e personagens. Nesse sentido, tem tudo a ver com história oral, com história digital, com ficção, e tem a ver com a verdade/mentira também. Mesmo quando o sujeito pretende ser o que não é, no fundo ele “está sendo”. Aquilo que você quer ser é parte daquilo que você é. Quem afirma que quer ser médico, de alguma forma já é um pouquinho médico. Só pelo fato de querer ser, ele já passa a ser. Quando o sujeito diz que quer ser assassino, matar um montão de gente, no fundo já é um pouco assassino, se você permitir. Fernando Pessoa já dizia que “o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a sentir que é dor a dor que deveras sente”. O sujeito que entra no chat e diz ser uma loira de olhos azuis, talvez queria experimentar ser isso. Não quer dizer que queira sê-lo de verdade. Ou seja, nessas experiências você pode vivenciar coisas que não é.

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Dados, informação e conhecimento

Na era da informação e conhecimento, a transformação tecnológica redefine sociedade e educação, destacando a importância da construção individual do saber.

Num mundo em permanente transformação, o impacto das modernas tecnologias de comunicação produziu o que se chama hoje de “Sociedade da Informação e do Conhecimento” – gerando novos impactos nos modos de produção, mexendo na cultura e nos costumes, alterando aspectos es­senciais no exercício do próprio poder.

Hoje, praticamente qualquer ponto do planeta está literalmente ligado à rede mundial de informações, através da inter­net. O impacto dessa nova estrada, por onde não mais circulam átomos, mas sim bits, afeta cada vez mais todas as áreas da civilização: da guerra e do crime até a cultura e o comércio. A educação não pode ser, como o foi nos demais avanços tecnológicos havidos até hoje, a “última a saber” e parece que isso, desta feita, não ocorrerá – mesmo porque a internet nasceu neste berço e seu uso na educação já possui inúmeras experiências bem (e mal) sucedidas.

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Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça

Audiovisuais de curtíssima-metragem pedagógicos e políticos estimulam aprendizado, debate e ação coletiva.

Com a frase “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, Glauber Rocha trabalhava na criação de uma estética cinematográfica com uma mensagem política revolucionária.

Inegavelmente, muitos dos resultados dessa combinação podem ser sofríveis, mas o processo envolvido é sempre de muita aprendizagem. Ao contrário da imagem de um gênio improvisador, a análise dos roteiros de Glauber reflete um processo minucioso de planejamento do filme pelo cineasta, na construção das personagens e na pesquisa. Os roteiros de Deus e o Diabo na terra do sol refletem um processo minucioso de planejamento do filme pelo cineasta, que realizou várias viagens pelo sertão nordestino e fez pesquisas rigorosas sobre o cangaço.

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Os desconhecidos Direitos do Público

Na res publica, aquilo que é do público, o que é comum a todos, é o sentido básico da organização republicana.

Na sociedade da informação e do conhecimento, a legislação de proteção a direitos autorais e de imagem, patentes e copirraites (sim, esta palavra já está dicionarizada em nosso idioma!) é cada vez mais efetiva, e os valores econômicos envolvidos têm ganhos de escala e de valor cada vez maiores.

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Aprendizagem lúdica: os jogos e o mundo

Viver é descobrir e criar as regras do jogo da vida, e os jogos na educação promovem aprendizagem ativa e reflexão sobre a realidade.

Nós vivemos em um tabuleiro de jogo. Nosso planeta está todo dividido em casinhas, que são as latitudes e longitudes, os países e as cidades são divididos em bairros, ruas, empresas, casas ou apartamentos. Isso fica muito visível hoje com o Google Maps, com o GPS, todo mundo se orienta pelo Waze em cima desse tabuleiro que é o planeta. 

Mas quais são as regras desse jogo que vivemos?

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