Arquivo do mês: maio de 2009

Credo (Miguel Angel Astúrias)

Creio na Liberdade, Mãe de América criadora de mares doces na terra, e em Bolívar, seu filho, Senhor Nosso que nasceu em Venezuela, padeceu sob o poder espanhol, foi combatido, sentiu-se morto sobre o Chimborazo, ressuscitou na voz de Colômbia, … Continue lendo

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Passa e esquece (Rubén Darío)

Peregrino que vais buscando em vão Um caminho melhor que teu caminho, Como queres que te dê a mão, Se meu estigma é teu estigma, peregrino? Não chegarás jamais a teu destino; Levas a morte em ti como o verme … Continue lendo

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Eros é a água (Gioconda Belli)

Entre as tuas pernas o mar revela-me estranhos recifes rochas erguidas corais altaneiros contra a minha gruta de búzios concha nácar o teu molusco de sal persegue a corrente a pequena água inventa-me barbatanas mar da noite com luas submersas … Continue lendo

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Não me mandes para o canto (Diana Bellessi)

Quando digo a palavra nuca chupo-te suavemente até afundar o dente aqui? Acaso estou te tocando? Quando digo bico do peito a mão roça as dilatadas rosas dos peitos teus? Toco-te acaso? Toca, língua, acaso o canto de meus lábios … Continue lendo

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O pão nosso (César Vallejo)

Bebe-se o café da manhã…úmida terra de cemitério cheira a sangue amado. Cidade de inverno…A mordaz cruzada de uma carreta que arrastar parece uma emoção de jejum encadeada! Quisera bater em todas as portas, e perguntar por não sei quem, … Continue lendo

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Os amantes (Otto René Castillo)

Se haviam encontrado faz pouco e logo se haviam separado, levando cada um consigo seu nunca ou seu jamais sua afirmação de esquecimento sua golpeadora dor. Porém o último beijo que voara de suas bocas, era um planeta azul. Girando … Continue lendo

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Ontem (Mario Benedetti)

Ontem passou o passado lentamente com sua vacilação definitiva sabendo-te infeliz à deriva com tuas dúvidas estampadas na testa. Ontem passou o passado pela ponte e levou tua liberdade prisioneira trocando seu silêncio em carne viva por teus leves alarmes … Continue lendo

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Tormenta (Elvio Romero)

A noite tem sido longa. Como desde cem anos de chuva, de uma respiração enfurecida proveniente de um fundo de vertigem noturna, de um cântaro vermelho ofegando na terra, o vento há desatado sua tempestade violenta sobre o véu anelante … Continue lendo

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O nome da pátria (Oscar Acosta)

Minha pátria é altíssima. Não posso escrever uma letra sem ouvir o vento que vem de seu nome. Sua forma irregular a faz mais bela porque dão desejos de formá-la, de fazê-la como a uma criança a quem se ensina … Continue lendo

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Ode ao gato (Pablo Neruda)

Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça. Pouco a pouco se foram compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça, voo. O gato, só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado, anda sozinho e sabe o que … Continue lendo

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