Tormenta (Elvio Romero)

A noite tem sido longa.
Como desde cem anos
de chuva,
de uma respiração enfurecida
proveniente de um fundo de vertigem noturna,
de um cântaro vermelho
ofegando na terra,
o vento há desatado sua tempestade violenta
sobre o véu anelante da ilusão
efêmera, sobre as fatigadas necessidades
e tu e eu, na colina
mais alta,
no canto de nossos dois silêncios,
abraçados ao tempo do amor, desvelando-nos.
Deixa que o vento morda sobre o vento.
Eu te fecharei os olhos.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

Tormenta
Elvio Romero

La noche ha sido larga.
Como desde cien años
de lluvia,
de una respiración embravecida
proveniente de un fondo de vértigo nocturno,
de un cántaro colorado
jadeando en la tierra,
el viento ha desatado su tempestad violenta
sobre el velo anhelante de la ilusión
efímera, sobre los fatigados menesteres
y tú y yo, en la colina
más alta,
en el rincón de nuestros dos silencios,
abrazados al tiempo del amor, desvelándonos.

Deja que el viento muerda sobre el viento.
Yo te cerraré los ojos

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