Arquivo do Autor: Maria Teresa Pina

Ontem (Mario Benedetti)

Ontem passou o passado lentamente com sua vacilação definitiva sabendo-te infeliz à deriva com tuas dúvidas estampadas na testa. Ontem passou o passado pela ponte e levou tua liberdade prisioneira trocando seu silêncio em carne viva por teus leves alarmes … Continue lendo

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Tormenta (Elvio Romero)

A noite tem sido longa. Como desde cem anos de chuva, de uma respiração enfurecida proveniente de um fundo de vertigem noturna, de um cântaro vermelho ofegando na terra, o vento há desatado sua tempestade violenta sobre o véu anelante … Continue lendo

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O nome da pátria (Oscar Acosta)

Minha pátria é altíssima. Não posso escrever uma letra sem ouvir o vento que vem de seu nome. Sua forma irregular a faz mais bela porque dão desejos de formá-la, de fazê-la como a uma criança a quem se ensina … Continue lendo

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Ode ao gato (Pablo Neruda)

Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça. Pouco a pouco se foram compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça, voo. O gato, só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado, anda sozinho e sabe o que … Continue lendo

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Equivocou-se a pomba (Rafael Alberti)

Equivocou-se a pomba. Equivocava-se. Por ir ao norte, foi ao sul. Acreditou que o trigo era água. Equivocava-se. Acreditou que o mar era o céu; que a noite a manhã. Equivocava-se. Que as estrelas orvalho; que o calor, a nevasca. … Continue lendo

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O mar, o mar (Rafael Alberti)

O mar. O mar. O mar. Só o mar! Por que me trouxeste, pai à cidade? Por que me desenterraste do mar? Em sonhos, a marejada me tira do coração. Se o quisera levar. Pai, por que me trouxeste aqui? … Continue lendo

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Pregão (Rafael Alberti)

Vendo nuvens de cores! as redondas, vermelhas, para suavizar os calores! Vendo os cirros arroxeados e rosas, as alvoradas, os crepúsculos dourados! O amarelo astro, colhido o verde ramo do celeste pessegueiro! Vendo a neve, a chama e o canto … Continue lendo

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Canção (Rei Juan II de Castilla)

Amor, eu nunca pensei, embora que poderoso eras , que podias ter maneiras para transtornar a fé, até agora que o sei. Pensava que conhecido Devia-te eu ter, mas não pudera crer que era tão mal sabido, nem tampouco eu … Continue lendo

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Amor que pende e quebra (Rei Juan II de Castilla

Amor que pende e quebra, força que forças derruba muito inteira, e ao mesmo temor espanta e ao mais livre cativa sem que queira, a ti, muito desconhecida, tão cruelmente cativa pois que sabe que a minha própria vida que … Continue lendo

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Madrigal (Feliciana Enríquez de Guzmán)

Disse o Amor, sentado nas beiras de um córrego puro, manso e lento: “Silêncio florzinhas, não retorçais com o lascivo vento; que dorme Galatea, e se desperta, tendes por coisa certa que não haveis de ser flores em vendo suas … Continue lendo

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