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Arquivo do Autor: Maria Teresa Pina
Qualidade humana (Eulalia Bernad)
Há uma grande diferençaentre a gente trabalhadorae a gente ocupada Os primeiros são sinceros;os segundos se olham demasiadonos espelhos. Os primeiros têm tempoaté para beijar as pétalas de uma flor,acariciar um cachorro, fazer dormir uma criança,sorrir junto com um ancião, … Continue lendo
Versos simples – XIV (José Martí)
Eu não posso esquecer nuncaA manhãzinha de outonoem que lhe saiu um brotoà pobre rama cortada A manhãzinha em que , em vão,Junto à estufa apagada,Uma menina enamoradaEstendeu ao velho a mão. (Tradução de Maria Teresa Almeida Pina) Versos sencillos … Continue lendo
Sonho desperto (José Martí)
Eu sonho com os olhosAbertos e de diaE noite sempre sonho.E sobre as espumasDo largo mar revolto,E por entre as crespasAreias do deserto,E o leão pujante,Monarca de meu peito,Montado alegrementeSobre o submisso colo,—Um menino que me chamaFlutuando sempre vejo! (Tradução … Continue lendo
Versos simples – XII (José Martí)
No bote ia remandoPelo lago sedutor,com o sol que era ouro puroE na alma mais de um sol. E a meus pés vi de repente,Ofendido pelo fedor,Um peixe morto, um peixe hediondoNo bote remador (Tradução de Maria Teresa Almeida Pina) … Continue lendo
Soneto amoroso definindo o amor (Francisco de Quevedo)
É gelo abrasador, é fogo gelado,é ferida que dói e não se sente,é um bem sonhado, um mal presente,é um breve descanso muito cansado; é um descuido que nos dá cuidado,um covarde, com nome de valente,um andar solitário entre a … Continue lendo
Amante sem repouso (Francisco de Quevedo)
Está a ave no ar com sossego,na água o peixe, a salamandra no fogo,e o homem, em cujo ser tudo se encerra,está somente na terra.Eu só, que nasci para tormentos,estou em todos estes elementos:a boca tenho em ar suspirando,o corpo … Continue lendo
Terra seca (Federico García Lorca)
Terra secaterra quietade noitesimensas (Vento no olivalvento na serra.) Terravelhado candile da pena.Terradas fundas cisternas. Terrada morte sem olhose das flechas. (Vento dos caminhos.Brisa nas alamedas.) (Tradução de Maria Teresa Almeida Pina) Tierra secaFederico García Lorca Tierra secatierra quietade nochesinmensas. … Continue lendo
O amor (Miguel Ángel Astúrias)
Ah! Suave afã, honrado e inútil castigo,clima de uma pele morna como um trinadoem oculto mistério a correnteforjando está, só com ser divino! Astral tonicidade de seus divertimentos,preciosa solidão de seus combates,em lanterna de alarme seus desejosqueimando está, campos a … Continue lendo
Primavera (Zoraida Díaz)
Sob o encanto deste doce amor;até este lugar plácido e risonho,o mar, como um antigo trovador,vem arrulhar com sua canção meu sonho. E em meio de minha felicidade me parece,ver à luz de um resplendor incerto,que minha antiga dor se … Continue lendo
Desejos (Zoraida Díaz)
Onde estás alma minhaque não te posso encontrarnem no céu, nem no mar,nem em minha constante agonia? Quero ser rosa…botão;ser nuvem, rosa claro,ser tudo…menos mulhercom memória e coração. Ser onda morta na praia,ser rosa que desmaiadepois de viver um dia. … Continue lendo