O amor (Miguel Ángel Astúrias)

Ah! Suave afã, honrado e inútil castigo,
clima de uma pele morna como um trinado
em oculto mistério a corrente
forjando está, só com ser divino!

Astral tonicidade de seus divertimentos,
preciosa solidão de seus combates,
em lanterna de alarme seus desejos
queimando está, campos a penates.

Eternidade de pétala de rosa,
silêncio azul de álamo que perfuma,
manjar de sombra com calor de esposa,

fruto proibido que no pólen vaga,
tecendo está, com asas de pomba,
o vestido de noiva da Terra.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

El Amor
Miguel Ángel Astúrias

¡Ah, suave afán, cabal e inútil pena,
clima de una piel tibia como un trino
en secreto misterio la cadena
forjando está con sólo ser divino!

Astral tonicidad de sus recreos,
preciosa soledad de sus combates,
en linterna de alarma sus deseos
quemando está de campos a penates.

Eternidad de pétalo de rosa,
silencio azul de álamo que aroma,
manjar de sombra con calor de esposa,

fruto prohibido que en el polen yerra,
tejiendo está con alas de paloma,
el vestido de novia de la Tierra.

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