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Arquivo do Autor: Maria Teresa Pina
Distância (Luisa Anzoletti)
Veio outubro e o dia da partida.Quantas lágrimas, ai de mim, que triste adeus!Os afãs depois daquela longa ausência,Pobre filha, só os sabe Deus. Quantos suspiros à luz das estrelas;Quanto rezar de noite e de manhã:Que de seu damo não tinha … Continue lendo
A serenata (Luisa Anzoletti)
— Ó montanhesa dos belos olhos negros,Faça-me uma graça, fique um pouco a ouvir-me.Estes que eu canto são os meus pensamentos,E todos ainda não posso dizer. Faça-me uma graça, ó rosa gentil,Não me desdenhe porque sou pobrezinho.Para adornar-te como uma rainhaDe … Continue lendo
Versos simples XXVI (José Martí)
Eu que vivo, embora tenha morrido,Sou um grande descobridor,Porque ontem a noite descobriA medicina doa amor Quando ao peso da cruzO homem resolve morrer,Sai a fazer bem, o faz, e voltacomo de um banho de luz. (Tradução de Maria Teresa … Continue lendo
Soneto no amor (Meira Delmar)
Estou, amor, em ti e no douradodesvelo de teu clima deleitoso,com o ardido coração gozosode seu vivo tormento enamorado. E te nomeio meu dia iluminado.E te digo meu tempo jubiloso.Alto mar de formosura sem repousoacima do sonho levantado. Estou, amor, … Continue lendo
Versos simples XXIII (José Martí)
Eu quero sair do mundoPela porta natural:Em uma carroça de folhas verdesA morrer me hão de levar. Não me coloquem no escuroA morrer como um traidor:Eu sou bom , e como bomMorrerei de frente para o sol! (Tradução de Maria … Continue lendo
Cavalinho (Mirta Aguirre)
Cavalinho sem crina,cavalinho do mar,diga-me se os golfinhospodem chorar. Diga-me se onde habitas,habita o colibri;diga-me se há sereinhasde gergelim. Diga-me se dão granadasas hortas de coral;diga-me se onde nadasé doce o sal Cavalinho brinquedo,cavalinho arlequim,por que vais sem ginete, solitário … Continue lendo
Martí (Mirta Aguirre)
Ele nasceu no mês de janeiroEle morreu no mês de maio.O derrubou do cavaloO disparo de um fuzileiro.Pegou a pena na mãoe contou contos em flor;Não quis ser escritor,Quis ser, antes, cubano.Teve de pétalas a alma.E o querer como um … Continue lendo
Versos simples – XVI (José Martí)
No peitoral caladoda janela mourisca,Pálido como a lua,Medita um enamorado. Pálida, em seu canapéde seda acinzentada e vermelha,Eva, calada, despetalaUma violeta no chá. (Tradução de Maria Teresa Almeida Pina) Versos sencillos XVIJosé Martí En el alféizar caladoDe la ventana moruna,Pálido … Continue lendo
Versos simples – XXIX (José Martí)
A imagem do rei, por leiLeva o papel do Estado:O menino foi fuziladoPelos fuzis do rei. Festejar o santo é leiDo rei: e na festa santaA irmã do menino cantaDiante da imagem do rei! (Tradução de Maria Teresa Almeida Pina) … Continue lendo
Gazela do amor com cem anos (Federico García Lorca)
Sobem pela ruaos quatro galãs. Ai, ai, ai, ai. Pela rua abaixovão os três galãs. Ai, ai, ai. Se apertam a cinturaesses dois galãs. Ai, ai. Como volta o rostoum galã e o ar! Ai. Pelas murtasnão passeia ninguém. (Tradução … Continue lendo