Te dou Cláudia, estes versos,
porque tu és a dona.
Os escrevi simples
para que tu os entendas.
São para ti somente,
mas se a ti não te interessam,
um dia se divulgarão,
talvez por toda Hispanoamerica…
E se ao amor que os ditou,
tu também o desprezas,
outras sonharão com este amor
que não foi para elas.
E talvez verás,
Cláudia,
que estes poemas, (escritos para conquistar-te)
despertam em outros casais
enamorados que os leiam
os beijos que em ti
não despertou o poeta.
Ao perder-te eu a ti,
tu e eu perdemos:
Eu, porque tu eras
o que eu mais amava
e tu porque eu era
o que te amava mais
mas de nós dois
tu perdes mais que eu:
porque eu poderei amar a outras
como te amava a ti,
mas a ti não te amarão
como te amava eu.
Moças que algum dia
leiam emocionadas estes versos
e sonheis com um poeta:
Sabei que eu os fiz
para uma como vós
e que foi em vão.
(Tradução de Héctor Zanetti)
Epigramas
Ernesto CardenalTe doy Claudia, estos versos,
porque tú eres su dueña.
Los he escrito sencillos
para que tú los entiendas.
Son para ti solamente,
pero si a ti no te interesan,
un día se divulgarán,
tal vez por toda Hispanoamérica…
Y si al amor que los dictó,
tú también lo desprecias,
otras soñarán
con este amor
que no fue para ellas.
Y tal vez verás,
Claudia,
que estos poemas,
(escritos para conquistarte a ti)
despiertan
en otras parejas
enamoradas que los lean
los besos que en ti
no despertó el poeta.Al perderte yo a ti,
tú y yo hemos perdido:
yo, porque tú eras
lo que yo más amaba,
y tú, porque yo era
el que te amaba más.
Pero de nosotros dos,
tú pierdes más que yo:
porque yo podré
amar a otras
como te amaba a ti,
pero a ti nadie te amará
como te amaba yo.Muchachas que algún día
leaís emocionadas estos versos
Y soñéis con un poeta
Sabed que yo los hice
para una como vosotras
y que fue en vano.
Estava atrás da autoria do poema:
Ao perder-te eu a ti, tu e eu estamos perdendo
Eu porque tu eras o que eu mais amava
E tu, porque tu eras o que eu amava mais.
Mas, de nós dois, tu perdes mais do que eu porque
Eu poderei amar como amava a ti, mas a ti,
Ninguém te amará como te amava eu!
Há cerca de 25 anos recebi esses versos de uma pessoa amiga, sem dúvida apenas amiga, porque não era um amor, nem havia nada entre aquela pessoa e eu, mas foi-me passado como se fosse de Perez Esquivel, e agora pesquisando no site, me aparece como autoria de Cardenal.
Poderia me esclarecer de quem é afinal a autoria?
Obrigada
Rosangela,
“Epigramas” foi escrito por Ernesto Cardenal. Você pode, inclusive, vê-lo declamando estes epigramas em um video do YouTube
Até onde sei Perez Esquivel é um ativista argentino dos Direitos Humanos, inclusive ganhador de um Premio Nobel da Paz de 1980.
Obrigada por visitar o Poesia Latina
Teresa
Por favor, na década de 70 ganhei um poster de uma amiga
da Argentina, onde havia um casal no meio de um jardim de flores, ele todo machucado. Nesse poster a poesia deste Menestrel Poeta que de lá prá cá, tormei-me fã.
Gostaria de saber onde consigo novamente este Poster de Ernesto Cardenal “AO PERDERTE YO A TI”?
Fico Grato pela tua Atenção
Agostinho Ferreira de Matos
Franca – SP
Até hoje, 17/03/10, imaginava que estes versos seriam do Poeta Cearense “Patativa do Assaré”. Desde o ano de 1970, quando me mostraram estes versos pela primeira vez.
Talvez ele tenha declamado alguma vez?????
Olá, não sei te dizer se o poeta “Patativa do Assaré” algum dia declamou versos que não fossem dele. Ernesto Cardenal escreveu um livro chamado Epigramas onde encontramos pequenos versos, sem título. Aqui no blog temos 2 na mesma página que estão com o titulo de Epigramas. No link abaixo vc poderá vê-lo declamando justamente esses 2 versos.
http://www.youtube.com/watch?v=Bw8NIsw5HsQ&feature=related
Espero que goste, abraços
Teresa
Que fantástico!!! É a vida!!!
Engraçado como, às vezes, se busca tanto por algo quando este algo se encontra bem à nossa frente. Além de encontrar ‘al perderte’ versos que uma amiga da minha juventude me ofereceu um dia (milhares de anos atrás), ainda descubro a tua fantástica página. Um achado! Os versos do Cardenal e o teu espaço.
Não conhecia estes versos nem, tão pouco, este poeta. descobri-os por acaso e só posso dizer que fiquei (literalmente) esmagado pela sua beleza e profundidade. Irei procurar a sua obra. Revejo-me neles; adorava tê-los escrito. Obrigado Ernesto…