Silêncio!
A mão nervosa e palpitante o seio,
as névoas nos meus olhos condensadas,
com um mundo de dúvidas nos sentidos
e um mundo de tormentos nas entranhas,
sentindo como lutam
em sem igual batalha
imortais desejos que atormentam
e rancores que matam.
Molho no próprio sangue a dura pluma
rompendo a veia inchada,
e escrevo…, escrevo…, para quê? Voltai
ao mais fundo da alma,
tempestuosas imagens!
Ide a morar com as mortas lembranças!
Que a mão trêmula no papel só escreva
palavras, e palavras, e palavras!
Da ideia, a forma imaculada e pura,
onde ficou velada?
(Tradução de Henrique Pina)
¡Silencio!
Rosalía de Castro¡Silencio!
A man nerviosa e palpitante o seo,
as niebras nos meus ollos condensadas,
con un mundo de dudas nos sentidos
i un mundo de tormentos nas entrañas,
sentindo cómo loitan
en sin igual batalla
inmortales deseios que atormentan
e rencores que matan.
Mollo na propia sangre a dura pruma
rompendo a vena inchada,
i escribo…, escribo…, ¿para qué? ¡Volvede
ó máis fondo da ialma,
tempestosas imaxes!
¡Ide a morar cas mortas relembranzas!
¡Que a man tembrosa no papel só escriba
palabras, e palabras, e palabras!
Da idea a forma inmaculada e pura
¿Dónde quedóu velada?