Poema de amor (Joan Manuel Serrat)

O sol nos esqueceu ontem sobre a areia,
nos envolveu o rumor suave do mar,
teu corpo me deu calor,
tinha frio,
e ali na areia,
entre os dois nasceu este poema,
este pobre poema de amor
para ti

Meu fruto, minha flor,
minha história de amor,
minhas carícias

Meu humilde candeeiro,
minha chuva de abril,
minha avareza

Meu pedaço de pão,
meu velho refrão,
meu poeta

A fé que perdi,
meu caminho
e minha carreta

Meu doce prazer,
meu sonho de ontem,
minha bagagem

Meu morno canto,
Minha melhor canção,
minha paisagem

Meu manancial,
meu canavial,
minha riqueza

Minha lenha, minha lareira,
meu teto, meu lar,
minha nobreza

Minha fonte, minha sede,
meu barco, minha rede
e a areia

Onde te senti
onde te escrevi
meu poema

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

Poema de amor
Joan Manuel Serrat

El sol nos olvidó ayer sobre la arena,
nos envolvió el rumor suave del mar,
tu cuerpo me dio calor,
tenía frío
y, allí, en la arena, entre los dos nació este poema,
este pobre poema de amor
para ti

Mi fruto, mi flor,
mi historia de amor,
mi caricias.

Mi humilde candil,
mi lluvia de abril,
mi avaricia.

Mi trozo de pan,
mi viejo refrán,
mi poeta.

La fe que perdí,
mi camino
y mi carreta.

Mi dulce placer,
mi sueño de ayer,
mi equipaje.

Mi tibio rincón,
mi mejor canción,
mi paisaje.

Mi manantial,
mi cañaveral,
mi riqueza.

Mi leña, mi hogar,
mi techo, mi lar,
mi nobleza.

Mi fuente, mi sed,
mi barco, mi red
y la arena.

Donde te sentí,
donde te escribí
mi poema…

Joan Manuel Serrat – Poema de Amor (ao vivo – TVE – 1968)

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