Dolores Veintimilla nasceu em Quito no ano 1829, filha de uma família abastada, recebeu a melhor educação que uma mulher poderia ter naqueles tempos, e graças a sua sensibilidade artística começou a escrever muito cedo.
Casou-se aos 18 anos com o médico colombiano Sixto Galindo, que em conseqüência de seu trabalho, vai viver em Cuenca e depois Guayaquil já com seu filho. Em ambas as cidades Dolores promove saraus poéticos.
Recebe por isso muitos ataques pessoais principalmente de Frei Vicente Solano quando decide escrever um folheto intitulado “Obituário” em defesa do indígena Tiburcio Lucero, que foi condenado à morte por assassinar seu pai, quando no Equador não havia qualquer lei referente à pena capital.
Estes fatos, juntamente as constantes infidelidades e o conseqüente abandono do marido, fazem com que Dolores entre em grande crise depressiva, que em 23 de maio de 1857 a leva ao suicídio, ingerindo cianureto encontrado na mala do seu marido.
Deixou apenas um bilhete para a sua mãe, onde dizia:
Mamita adorada:
Perdón una y mil veces. No me llore. Le envío mi retrato, bendígalo: la bendición de una madre alcanza hasta la eternidad. Cuide de mi hijo y dele un adiós al desgraciado Galindo. Me he suicidado.”
D. V.
Por ter se suicidado não pode ser enterrada em terra santa, porém algum tempo depois o marido exumou seu cadáver e até a data não se sabe para onde foram levados seus restos mortais.
Dolores Veintimilla tem como estilo versos rimados, quase musicais e praticamente nunca se valeu de figuras de imagens ou metáforas literárias para expressar em seus versos a dor que sentia.