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Arquivo do Autor: Maria Teresa Pina
Pezinhos (Gabriela Mistral)
Pezinhos de criança azulados de frio Como os veem e não os cobrem, Deus meu! Pezinhos feridos pelas pedras todas, ultrajados de neves e lodos! O homem cego ignora que por onde passais, uma flor de luz viva deixais; Que … Continue lendo
A casa (Gabriela Mistral)
A mesa, filho, está posta em brancura quieta de nata, e em quatro muros que mostram sua cor azul dando brilhos, a cerâmica. Este é o sal, este o azeite e ao centro o Pão que quase fala. Ouro mais … Continue lendo
Poema 55, quinta poesia vertical (Roberto Juarroz)
Um amor mais além do amor Por cima do rito do vínculo Mais além do jogo sinistro Da solidão e a companhia Um amor que não necessite regresso Porém tampouco partida Um amor não submetido As chamas de ir e … Continue lendo
Memorandum (Mario Benedetti)
Um chegar e incorporar-se o dia Dois respirar para subir a ladeira Três não jogar-se em uma só aposta Quatro escapar da melancolia Cinco aprender a nova geografia Seis não ficar-se nunca sem a sesta Sete o futuro não será … Continue lendo
Intimidade (Mario Benedetti)
Sonhamos juntos juntos despertamos o tempo faz e desfaz entretanto não lhe importam teu sonho nem meu sonho somos trôpegos ou demasiados cautelosos pensamos que não cai essa gaivota cremos que é eterno este conjuro que a batalha é nossa … Continue lendo
Rosto de ti (Mario Benedetti)
Tenho uma solidão tão concorrida tão cheia de nostalgias e de rostos teus de adeuses faz tempo e beijos bem vindos de primeiras de troca e de último vagão. Tenho uma solidão tão concorrida que posso organizá-la como uma procissão … Continue lendo
Laranjeira em flor (Homero Expósito)
Era mais branda que a água que a água branda Era mais fresca que o rio, laranjeira em flor E nessa rua de estio, rua perdida, deixou um pedaço de vida e se marchou Primeiro há que saber sofrer, depois … Continue lendo
Luz (Alfonsina Storni)
Andei na vida pergunta fazendo Morrendo de tédio, de tédio morrendo. Riram os homens de meu desvario… É grande a terra! Se riem… eu rio… Escutei palavras; demasiadas palavras! Umas são alegres, outras são macabras. Não pude entendê-las; pedi as … Continue lendo
Todas íamos ser rainhas (Gabriela Mistral)
Todas íamos ser rainhas de quatro reinos sobre o mar: Rosalia com Efigenia e Lucila com Soledad. No vale de Elqui, rodeado de cem montanhas ou de mais, que como oferendas ou tributos ardem em vermelho e açafrão. O dizíamos … Continue lendo
Sonetos da morte (Gabriela Mistral)
Do nicho gelado em que os homens te puseram, Abaixar-te-ei à terra humilde e ensolarada. Que hei de dormir-me nela os homens não souberam, que havemos de sonhar sobre o mesmo travesseiro. Deitar-te-ei na terra ensolarada com uma doçura de … Continue lendo