A ave e o ninho (Salomé Ureña de Henríquez)

Por que te assustas, ave singela?
Por que teus olhos fixas em mim?
Eu não pretendo, pobre avezinha,
Levar teu ninho daqui.

Aqui, no oco de pedra dura,
Tranqüila e só te vi ao passar,
E trago flores da planície
Para que adornes teu livre lar.

Porém me olhas e te estremeces
E a asa bates com inquietação,
E te adiantas, resoluta, às vezes,
Com amorosa solicitude.

Porque não sabes até que ponto
Eu a inocência sei respeitar,
Que é, para a alma terna, sagrado
De teus amores o livre lar.

Pobre avezinha! Volta a teu ninho
Enquanto do prado me afasto eu;
Nele minha mão leito fofo
De folhas e flores te preparou.

Mas se tua terna prole futura
Em duro leito olho ao passar,
Com flores e folhas da planície
Deixa que adorne teu livre lar.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

El ave y el nido
Salomé Ureña de Henríquez

¿Por qué te asustas, ave sencilla?
¿Por qué tus ojos fijas en mí?
Yo no pretendo, pobre avecilla,
llevar tu nido lejos de aquí.

Aquí, en el hueco de piedra dura,
tranquila y sola te vi al pasar,
y traigo flores de la llanura
para que adornes tu libre hogar.

Pero me miras y te estremeces,
y el ala bates con inquietud,
y te adelantas, resuelta, a veces,
con amorosa solicitud.

Porque no sabes hasta qué grado
yo la inocencia sé respetar,
que es, para el alma tierna, sagrado
de tus amores el libre hogar.

¡Pobre avecilla! Vuelve a tu nido
mientras del prado me alejo yo;
en él mi mano lecho mullido
de hojas y flores te preparó.

Mas si tu tierna prole futura
en duro lecho miro al pasar,
con flores y hojas de la llanura
deja que adorne tu libre hogar.

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