O rogo (Alfonsina Storni)

Senhor, Senhor, faz já tanto tempo, um dia
Sonhei um amor como jamais pudera
Sonhá-lo ninguém, algum, amor que fora
A vida toda, toda a poesia…

E passava o inverno e não vinha,
E passava também a primavera,
E o verão de novo persistia,
E o outono me encontrava em minha espera.

Senhor, Senhor; minhas costas estão desnudas.
Faça estalar ali, com mão rude,
O açoite que sangra aos perversos!

Que está a tarde já sobre minha vida,
E esta paixão ardente e desmedida,
A hei perdido, Senhor, fazendo versos!

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

» Biografia de Alfonsina Storni

El Ruego
Alfonsina Storni

Señor, Señor, hace ya tiempo, un día
soñé un amor como jamás pudiera
soñarlo nadie, algún amor que fuera
la vida toda, toda la poesía.

Y pasaba el invierno y no venía,
y pasaba también la primavera,
y el verano de nuevo persistía,
y el otoño me hallaba con mi espera.

Señor, Señor; mi espalda está desnuda,
haz estallar allí, con mano ruda
el látigo que sangra a los perversos!

Que está la tarde ya sobre mi vida,
y esta pasión ardiente y desmedida
la he perdido, ¡Señor, haciendo versos!

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