O FUTURO DO LIVRO
Vários Autores
IPSIS e Olhares Ed. (2007)
Se o título deste livro supõe alguma dúvida, vou logo dizendo: Morre não! Mas que mania é essa de anunciar a morte do livro! Avião não matou navio; ônibus não matou trem. Elevador suprimiu escada? Nem o duto, a hidrovia. E o que temos: pessoas e mercadorias sendo transportados mais rápida e economicamente. Do automóvel não disse nada porque mata muita gente, mas isso é outra história.
Veja: a televisão não matou o cinema, muito menos o filme. Gostoso assistir em casa. Mais ainda, bem acompanhado, no cinema. Sem pipoca, por favor! Teatro, cinema, televisão, rádio, internet, alguém vai matar livro? Faça analogia com os meios de transporte.
Fato: os suportes de comunicação gráfica competem pontualmente, mas se ajudam no geral. Serviços de busca me descobrem em que sebo está aquele livro que nunca mais; portais de livros virtuais me acessam a livros raros ou muito caros. Ambos divulgam, portanto, o suporte essencial: o livro.
Primeiro, educação.
Assim, a questão não está no livro, mas na leitura. Lê-se cada vez menos e pior. Que fazer? Por primeiro, educação. E chega de retórica: sociedade e governo precisam levar isso a sério. Todo investimento será pequeno. Pense em trilhões e um pouco mais. A criança que na hora certa aprendeu a ler, mais facilmente continuará lendo. Ainda: subsídio. Criterioso. O livro didático à disposição do aluno no primeiro dia de aula. Juntamente, outros livrinhos para aguçar o apetite. Bibliotecas escolares, públicas, limpas, cuidadas, convidativas…
Por fim, livros mais baratos para vender até em bancas, como esses água-com-açúcar ou cama-mesa-banho. Por que são tão lidos? Em parte, porque baratos. Façamos o mesmo com os livros de bom conteúdo.
Televisão: os pais bem que podiam estabelecer horários rígidos. Pouco tempo. Só pelos próximos quinze anos, necessários ao esforço social de formar leitores.
Texto extraído de O Futuro do Livro (SP/RJ – IPSIS e Olhares Ed, 2007).