Relato sobre o debate público de direitos autorais

Atendendo a solicitação e sugestão de Claudino e Pimentel, compareci, dia 26 de maio, às 19:00h, como representante do CNC, ao Ato pelo Debate Público de Direitos Autorais, no auditório do Ministério Público Federal em São Paulo.

Compuseram a mesa do Ato o advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Guilherme Varella, a dra. Ana Cristina e o dr. Luiz Fernando, do Ministério Público Federal, e o ator Fernando Anitelli, do Teatro Mágico.

O dr. Luiz Fernando abriu os trabalhos e ressaltou a importância de tornar público o debate sobre direitos autorais. Enfatizou também a contradição, nesse debate, entre a visão patrimonialista e o interesse pelo bem comum e condenou o atual enfoque repressor do tratamento da questão (para ele, a repressão deve ser a exceção, nunca a norma).
Como ilustração para o debate, foi exibido um vídeo com depoimentos de artistas sobre a questão dos direitos autorais. Foi lida a “Carta de princípios para uma nova lei de direito autoral” (em anexo).

Em seguida, manifestou-se o representante do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP (Gpopai/USP), que falou dos prejuízos que a atual legislação sobre direitos autorais causa à pesquisa científica e seu ensino.

Manifestaram-se também representantes do Circuito Universitário de Cultura e Arte da União Nacional de Estudantes (Cuca/UNE), do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC), do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (CTS/FGV), da Casa de Cultura Digital, da Associação Paulista de Cineastas (Apaci) — presente com seu presidente, Alain Fresnot, e com Ícaro Martins — e da Associação Brasileira de Estudantes de Educação à Distância.

Na minha vez de falar, saudei os presentes e agradeci a oportunidade que os organizadores do Ato davam à manifestação do CNC. Lembrei a luta dos cineclubistas, como representantes do público, desde pelo menos as décadas de 70 e 80, contra a censura e pela aproximação com nossas “entidades irmãs”, a Apaci e as ABDs. Falei da nossa campanha pelos direitos do público e me referi, em particular, ao artigo 3º da Carta de Tabor (“A formação do público é a condição fundamental, inclusive para os autores, para a criação de obras de qualidade. Só ela permite a expressão do indivíduo e da comunidade social.”), que estabelece um vínculo indissolúvel entre os direitos dos autores e do público. Para finalizar, informei os presentes sobre a realização do Encontro Paulista dos Direitos do Público, ocasião em que, com certeza, será abordada a questão dos direitos autorais e seu debate público.

Frank Ferreira
Cineclube Darcy Ribeiro

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1 Response to Relato sobre o debate público de direitos autorais

  1. Antonio Claudino de Jesus disse:

    Prezado Frank
    Parabéns pela atuação em nome deste movimento, representativo do público e que tem nesta defesa o seu maior norte político, neste momento histórico.
    Houve um tempo em que, mesmo que subliminarmente ou inconscientemente esta luta pelos direitos do público fosse implícita ou explicitamente colocada, nosso norte era a defesa do cinema brasileiro como uma estratégia de luta pela soberania nacional.
    A luta continua, mesmo que em outra realidade.
    Bom mesmo é saber que, além de nosso movimento, outros segmentos estão se organizando nesta luta.
    Abraço
    Antonio Claudino de Jesus

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