Ana Luiza de Almeida Ferro – Crime Organizado E Organizações Criminosas Mundiais


A obra apresenta um estudo sistemático sobre o crime organizado e as organizações criminosas, enfocando os antecedentes históricos das principais organizações criminosas estrangeiras e brasileiras.

Expõe as teorias criminológicas mais pertinentes à compreensão do fenômeno, como a teoria da associação diferencial e a noção do crime de colarinho branco.

Também presentes o mito da máfia e os modelos estruturais do crime organizado e das organizações criminosas.

Por fim, a caracterização deste fenômeno e seu diferencial com outras modalidades delituosas, como o terrorismo, p. ex.

Livro para juristas, advogados e estudantes de direito, pode, entretanto, interessar a todos pela atualidade do fenômeno que abrange direta ou indiretamente a toda sociedade.

“Outras Palavras” é o programa de literatura de Levi Bucalem Ferrari na Rádio Cultura do Brasil.

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Alberto Guzik – O que é ser rio, e correr?

O livro se compõe de sete narrativas longas, contadas com jeitão de romance realista. O autor elabora meticulosamente cada história, centradas num único ponto de vista.

        Personagens muito diversos entre si, mantém uma sólida unidade em que a grande protagonista é a cidade. E cada narrativa tem seu ápice numa idéia de epifania mediada pela relação entre cultura e vida.

        Ao assistir o filme Hamlet e seduzir-se por Laurence Olivier, o bronco Adonias intui sua homossexualidade.

        Já a deslumbrada Orianne resolve trair o marido ao ouvir a ópera Carmem.

        Noutro conto, a obsessão do advogado JH por Fernando Pessoa combina-se à descoberta do desejo pelo próprio guarda-costas.

        O dramaturgo João Gabriel apaixona-se pela atriz enquanto uma canção interpretada por Elis Regina detona a rebeldia da medrosa Helena Maria.

        Os clássicos de Billie Holliday iluminam a existência do medíocre Rodrigo. E o quadro tríptico Três estudos de personagens deitados na cama, de Francis Bacon, dá força para a simplória Dora cometer um gesto extremo.

        Através destas histórias, o autor aproxima a arte da psicologia da personagem. Assim, mais que pano de fundo, a arte detona conflitos.

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Fabrício Carpinejar – Mulher Perdigueira

Neste livro de contos, o autor procura criar sentido para o que não se vê. Coisas e ações de intenção não explícita, mas que se percebe pelas conseqüências.

O que não tem cor, mas dá cor a outras coisas, que não tem peso, mas pesa. E às vezes bate.

Através de seus contos, Carpinejar, o autor, aproxima-se do intangível. Pode não ser visto, mas existe.

Por exemplo, no conto ‘Gay heterossexual’, ele disseca a alma feminina. Já em “Pratinho do vaso, transforma matéria plástica em verdades.

O autor usa com habilidade da ironia em toda a obra, particularmente nos contos: ‘Ou entra em tratamento ou termino o namoro; e “Quinze minutos de verdade’.

Carpinejar nasceu em Caxias do Sul, é jornalista, escritor e mestre em Literatura Brasileira pela UFRGS.

Já publicou ‘Terceira Sede’ (Escrituras, 2001), ‘Um Terno de Pássaros ao Sul’ (2ª edição, Escrituras, 2000), ‘As Solas do Sol’ (Bertrand Brasil, 1998) e ‘Cinco Marias’ (Companhia das Letras, 2004).

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José Saramago – Todos os nomes

Esta é mais uma história do genial escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura. É uma história singular protagonizada por um modesto escriturário da Conservadoria Geral do Registro Civil.

Seu nome é José, e seu único passatempo é colecionar recortes de jornal sobre pessoas famosas.

Um dia sua curiosidade acabará se concentrando num recorte de papel que o acaso põe diante dele. Trata-se de uma mulher que não é célebre, mas que mesmo assim atrai o interesse de José.

O escriturário desejará conhecê-la a todo custo. Para isso, ele vai abandonando aos poucos seus hábitos de retidão, e estará disposto até a cometer pequenos delitos para alcançar o que deseja.

Incluem-se algumas pequenas mentiras que darão à vida de José uma intensidade desconhecida.

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José Saramago – O Evangelho segundo Jesus Cristo


Diz este livro que “O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio.

Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo.”

Todos conhecem a história do filho de José e Maria, mas nesta narrativa ela ganha tanta beleza e tanta pungência que é como se estivesse sendo contada pela primeira vez.

Nas palavras de José Paulo Paes, o autor mostra-se “menos interessado na onipotência do divino que na frágil, mas tenaz resistência do humano.

Neste polêmico e magistral romance da vida de Jesus Cristo, a arte do escritor José Saramago dá corpo às preliminares e à culminância do drama da Paixão, apresentando as cores, cheiros, sons, movimentos.

E esmiuçando-lhe as ambiguidades e implicações em busca de significados mais profundos e originais.

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José Saramago – Memorial do Convento

A pretexto de escrever um livro sobre a história da construção de um convento em Mafra, Portugal, no século XVIII, Saramago inventou outra história, na qual entram personagens inesquecíveis.

Aqui estão as famílias dos Sete-Sóis e a das Sete-Luas, e mais padre Bartolomeu de Gusmão com sua passarola, e o compositor Scarlatti com seu órgão e sua música.

A eles se somam mais reis e rainhas e princesas, e mais uma pedra descomunal que precisa ser transportada a longa distância.

Para o crítico José J. Veiga, o autor Saramago, neste livro, aproxima-se de Homero, ou seja, escreve histórias aparentemente reais, mas inventadas com inigualável competência.

 Depois de lidas passam a ser reais e a fazer parte da longa e sofrida experiência humana. Termina o crítico dizendo “descubram José Saramago e façam dele uma possessão ultramarina particular de cada um e aproveitem.”

 

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José Saramago – A jangada de pedra

Os Montes Pirineus – que separam a Península Ibérica do restante da Europa racham-se por inteiro: a Península se desgarra do resto do continente e passa a flutuar no oceano como uma ilha – uma jangada de pedra.

Segundo o poeta Carlos Vogt, “A esse espetacular acidente geológico somam-se outros acontecimentos insólitos que unem os quatro personagens principais do romance numa viagem apocalíptica e utópica pelos caminhos da linguagem da arte e da cultura peninsular”.

O livro pode ser visto também como uma parábola sobre o isolamento dos povos ibéricos na Europa. Portugal e Espanha formam esta jangada que navega à deriva pelo Oceano Atlântico.

Aparece, de repente, uma pichação num muro de Paris: Nós somos também ibéricos. E a partir daí, um grande movimento de solidariedade espalha-se por toda Europa com a mesma pichação escrita na infinidade de línguas do continente.

Um grande romance de um dos maiores escritores da literatura em língua portuguesa.

 

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José Saramago

Faleceu em 18 de junho passado um dos principais escritores de língua portuguesa: José Saramago. Foi o primeiro e único Prêmio Nobel de nossa língua.

        Nascido na aldeia de Azinhaga, em Portugal em 1922, foi com seus pais para Lisboa com 13 anos de idade. Devido a pobreza dos pais, José nem conseguiu completar os estudos e só começou a escrever anos mais tarde.

        Inicialmente dedicou-se à poesia e depois à crônica, ao teatro, ao conto e, finalmente ao romance, gênero que o consagraria com obras primas e polêmicas como “O evangelho segundo Jesus Cristo”, “A Jangada de Pedra”, “Memorial do Convento” e “Ensaio sobre a Cegueira”, entre muitos outros.

        Saramago foi serralheiro mecânico, desenhista, funcionário público, editor, tradutor, jornalista e crítico literário. Militante comunista foi bastante discriminado pelo menos até obter fama mundial com muitos livros traduzidos.

        Quando seu romance “O Evangelho segundo Jesus Cristo” não foi publicado em Portugal mudou-se para as Ilhas Canárias, na Espanha, e desde 1976 viveu exclusivamente do seu trabalho literário.

    Bibliografia:

Poesia

        * Os Poemas Possíveis, 1966

        * Provavelmente Alegria, 1970

        * O Ano de 1993, 1975

Cronica

  * Deste Mundo e do Outro, 1971

  * A Bagagem do Viajante, 1973

  * As Opiniões que o DL teve, 1974

  * Os Apontamentos, 1976

Diário

          * Cadernos de Lanzarote I, 1994

          * Cadernos de Lanzarote II, 1995

          * Cadernos de Lanzarote III, 1996

        * Cadernos de Lanzarote IV

Viagem

          * Viagem a Portugal, 1981

Teatro

          * A Noite, 1979

        * Que Farei Com Este Livro?, 1980

        * A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987

        * In Nomine Dei, 1993

Conto

           * Objecto Quase, 1978

        * Poética dos Cinco Sentidos – O Ouvido, 1979

Romance

          * Terra do pecado, 1947

        * Manual de Pintura e Caligrafia, 1977

        * Levantado do Chão, 1980

        * Memorial do Convento, 1982

        * O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984

        * A Jangada de Pedra, 1986

        * História do Cerco de Lisboa, 1989

        * O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991

        * Ensaio sobre a Cegueira, 1995

        * Todos os Nomes, 1997

          * A caverna, 2000

          *O Homem Duplicado, 2002

          * Ensaio Sobre a Lucidez, 2004

        * As intermitências da Morte, 2005

        * A Viagem do Elefante, 2008

          * Caim, 2009

    As obras de José Saramago encontram-se publicadas nos seguintes países: Espanha (Castelhano e Catalão), França, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha (Edições na RDA e na RFA), Grécia , Brasil, Bulgária, Polónia, Cuba, União Soviética (Russo), Checoslováquia (Checo e Eslovaco), Dinamarca, Israel, Noruega, Roménia, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Japão, Hungria, Suíça, Argentina, Colômbia, México.

    O seu romance “Memorial do Convento” foi adaptado para a Ópera pelo compositor italiano Azio Corghi, com o título “Blimunda”.

    A peça de teatro “In Nomine Dei” foi adaptada para a Ópera por Azio Corghi, com o título “Divara”.

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Samuel Pinheiro Guimarães – Crescer a 7%

  1. O subdesenvolvimento , situação em que a esmagadora maioria da população de um país não pode desfrutar dos bens e serviços que o avanço tecnológico e produtivo moderno permitem, é sempre uma questão relativa. Nenhum país é subdesenvolvido isoladamente; esta é sempre uma situação comparativa entre países e sociedades, desenvolvidas e subdesenvolvidas, em diferentes graus, em distintos momentos históricos.
  2. Naturalmente, há indicadores objetivos de subdesenvolvimento: a exploração ao mesmo tempo insuficiente e predatória dos recursos naturais; a baixa escolaridade e qualificação média da mão de obra; a desintegrada rede de transportes; o pequeno consumo per capita de energia; a reduzida diversificação das exportações; o pequeno número de patentes registradas; o acesso restrito da população a saneamento básico; as precárias condições de saúde, educação e cultura; o alto percentual da população que se encontra abaixo da linha de pobreza etc.
  3. A heterogeneidade é uma característica central do subdesenvolvimento. Regiões avançadas ao lado de regiões paupérrimas e de baixa produtividade. A ignorância ao lado da cultura. A moderna eficiência tecnológica convive com o uso de tecnologias do passado. A riqueza vizinha da miséria. E assim por diante. Essa heterogeneidade, ainda atual, é resultado da evolução de um sistema produtivo que se forma a partir de enclaves modernos, vinculados a centros econômicos externos, cuja maior produtividade não se difundiu para o resto do sistema nem deu origem a processos de geração e distribuição de renda devido à estrutura social, cuja base era o latifúndio agrícola, ou o enclave minerador, e o regime de mão-de-obra escrava ou servil.
  4. O conjunto dessas deficiências leva a uma produção de bens e serviços por habitante relativamente pequena, o que, em termos monetários, se expressa por um baixo produto per capita e, em termos sociais, por uma precária qualidade de vida para a imensa maioria, ao lado de uma riqueza da qual pouquíssimos desfrutam.
  5. A produção per capita representa o conjunto de bens e serviços a que o habitante médio de um país teria acesso por ano. Esta média hipotética será tanto mais representativa da realidade quanto mais igualitária for a distribuição de renda em uma sociedade, o que não ocorre no Brasil.
  6. Por todos os critérios acima, o Brasil é um país subdesenvolvido, ainda que com importantes bolsões de riqueza e de produção moderna. Apesar dos esforços das últimas décadas, com significativas flutuações e longos períodos de estagnação, o Brasil continua a ser um país subdesenvolvido. Em relação a quem?
  7. A situação de desenvolvimento do Brasil não pode ser comparada com a de países que, pelas características de território, população e PIB, não enfrentam os mesmos desafios que a sociedade brasileira. Pequenos e médios países europeus, asiáticos e sul-americanos, ainda que às vezes ostentem níveis de produto per capita ou indicadores sociais importantes, superiores aos brasileiros, não têm o mesmo potencial do Brasil nem têm de enfrentar desafios semelhantes aos nossos.
  8. O Brasil é um país continental. Se fizermos três listas de países segundo o território, a população e o PIB, somente três países estarão entre os dez primeiros de cada uma dessas três listas: os Estados Unidos, a China e o Brasil.
  9. Os países com quem o Brasil tem de ser comparado são países como os Estados Unidos, a China, a Rússia, a Índia, a Alemanha e a França. Esses têm de ser o nosso referencial e esses são os nossos competidores (e eventuais colaboradores) na dinâmica do sistema internacional e na disputa por poder político e pela apropriação de riqueza.
  10. Todavia, a China e a Índia têm um produto per capita muito inferior ao do Brasil, enfrentam desafios sociais muito maiores e dispõem de recursos naturais inferiores aos nossos o que dificulta sua árdua tarefa de se tornarem países desenvolvidos. A Rússia, apesar de seus recursos naturais e do avanço tecnológico em certas áreas, enfrenta dificuldades extraordinárias em termos sociais e de reestruturação de sua economia. A Alemanha e a França, com todo o avanço que já alcançaram, enfrentam importantes dificuldades devido a suas limitações de território e de população e, portanto, apresentam vulnerabilidades decorrentes da necessidade de importar insumos e da dependência excessiva de sua economia em relação ao mercado internacional.
  11. Talvez o melhor paradigma para o Brasil sejam os Estados Unidos. Nossas características territoriais e demográficas são semelhantes, enquanto que nosso PIB é muito distinto. Os Estados Unidos são o país mais poderoso do mundo em termos militares, de PIB e de tecnologia. Nossas sociedades democráticas, multiculturais e multiétnicas são semelhantes e grande é a diversidade de recursos naturais e a capacidade agrícola de ambos os países.
  12. O produto per capita dos Estados Unidos em 1989 era 22.100 dólares e o do Brasil 3.400. A diferença era, portanto, naquela data de 18.700. Ora, o Brasil e os Estados Unidos cresceram em termos reais à mesma taxa nos últimos 20 anos: os Estados Unidos a 2,5% a.a. e o Brasil a 2,5% a.a.. Nos Estados Unidos, esta taxa de crescimento poderia ser considerada razoável e adequada mas, no caso do Brasil, ela reflete a estagnação da economia brasileira, da produção e do emprego, no período de 1989 a 2002. Esta situação se modificou entre 2002 e 2009, no Governo do Presidente Lula, período em que o Brasil cresceu à taxa média de 3,4% e os Estados Unidos à taxa média de 1,4% a.a..
  13. Essas taxas de crescimento, devido às bases de PIB muito distintas de que partiam e às taxas diferentes de crescimento demográfico, fizeram com que a produção per capita americana passasse de 22.100 dólares, em 1989, para 46.400 dólares, em 2009, enquanto a do Brasil aumentou de 3.400 dólares para 8.200 dólares. Assim, o hiato de produto per capita entre os Estados Unidos e o Brasil aumentou entre 1989 e 2009, passando de 18.700 dólares para 38.200 dólares. O atraso relativo, o subdesenvolvimento, aumentou.
  14. Se o objetivo central da sociedade brasileira for vencer o subdesenvolvimento, a economia terá de crescer a taxas mais elevadas do que as que têm ocorrido no passado recente, enquanto que as políticas de distribuição de renda terão de ser mais vigorosas para incorporar ao sistema econômico e social moderno as imensas massas que se encontram em situação de grave pobreza: cerca de 60 milhões de brasileiros.
  15. Se o PIB dos Estados Unidos crescer a 2% a.a. até 2022 (inferior à sua taxa de 2,5% a.a. entre 1989 e 2009, e assim essa hipótese leva em conta os efeitos da crise atual sobre a economia americana), o PIB per capita americano alcançará 53.100 dólares; se, neste mesmo período, a economia brasileira crescer à taxa de 5% a.a. o PIB per capita brasileiro atingirá 14.200 dólares. O hiato de produção per capita aumentaria em 700 dólares.
  16. Se o PIB dos Estados Unidos daqui até 2022 crescer a 2% a.a. e se o Brasil crescer a 6% a.a., a diferença de produto per capita se manterá praticamente igual entre os dois países: os Estados Unidos atingirá 53.100 dólares e o Brasil 16.000 dólares. O hiato, que em 2009 era de 38.200 dólares, se reduziria para 37.100 dólares. Uma melhora de 1.100 dólares em 12 anos: cem dólares por ano…
  17. Assim, o Brasil em 2022, no bicentenário de sua Independência, continuaria tão subdesenvolvido quanto é hoje, apesar de seu produto per capita ter atingido 16 mil dólares e apesar dos enormes esforços para retirar da pobreza a maioria de sua população e para realizar amplos programas de construção de sua infra-estrutura e de financiamento a grandes investimentos.
  18. Somente na hipótese de os Estados Unidos crescerem a 2% a.a. e o Brasil a 7% a.a., atingindo os Estados Unidos 53.100 dólares e o Brasil 18.100 dólares, a diferença de produção, de bem-estar, de desenvolvimento, entre os dois países se reduziria de 38.200 dólares para 35.000 dólares. Poderíamos então afirmar que o Brasil estaria iniciando o processo de se tornar um país desenvolvido. Isto caso fosse mantido este esforço nas décadas seguintes e caso a perversa dinâmica de distribuição de renda e de riqueza no Brasil for firmemente enfrentada. Aliás, esses 7% a.a. correspondem à taxa média de crescimento do PIB brasileiro entre 1946 e 1979…
  19. Caso contrário, caso cresçamos à uma taxa anual média inferior a 7% a.a., apesar de todos os esforços bem intencionados, o senso comum e a prudência monetarista (a qual, aliás, teria impedido a integração territorial brasileira e a transformação do Brasil em uma grande economia industrial, já que teria vetado o Plano de Metas de Juscelino Kubitscheck pois o teria considerado inflacionário) que nos quer obrigar a crescer a uma taxa de 4,5% a.a., farão com que o Brasil continue a ser em 2022 uma sociedade subdesenvolvida, caracterizada pela extraordinária disparidade de renda e de riqueza. Nela, continuaremos a nos defrontar com a extrema pobreza, a ignorância profunda, a exclusão perversa e a violência anômica ao lado de uma riqueza ostensiva, suntuária, nababesca e excessiva, desfrutada por 0,04% da população brasileira (cerca de 80.000 pessoas) cuja renda mensal, em 2009, era superior, às vezes muito superior, a 50.000 reais.
  20. Há, sempre, colocados pelos prudentes, três obstáculos ao crescimento da economia brasileira a taxas superiores a 4,5% a.a. ou 5% a.a.. O primeiro diz respeito ao suposto retorno da inflação a taxas superiores às que seriam “toleráveis”, com todos os seus efeitos sobre preços relativos e, em especial, porque a inflação prejudicaria principalmente os pobres. Esta preocupação generosa com a situação dos pobres não leva em conta, em primeiro lugar, que o que afeta os pobres de forma mais grave é o desemprego, a miséria, a violência, a exclusão e a falta de oportunidades que resultam do baixo crescimento em uma economia subdesenvolvida e tão díspar como o Brasil. Em segundo lugar, que a tendência inflacionária está presente em qualquer processo de desenvolvimento acelerado e que é possível preservar os segmentos mais pobres da população dos efeitos sobre os preços de um desenvolvimento mais rápido.
  21. Uma palavra sobre a inflação. O processo de superação do subdesenvolvimento, devido aos grandes investimentos na infra-estrutura de energia, de transportes, de prospecção e exploração mineral, de pesquisa tecnológica, de comunicação, que são essenciais porém de longa maturação e de retorno incerto, e em programas sociais, também de longa maturação e também de retorno incerto, como em saúde, educação e cultura, provocam, necessariamente, aumentos de demanda sem o correspondente e imediato aumento de produção. Como esses investimentos na infra-estrutura física e social têm de se suceder em períodos de décadas, para superar o atraso relativo do país, a pressão pelo aumento de preços passa a ser constante. Todavia, o crescimento do PIB a 7% a.a., quando sustentado a médio e longo prazos, significa que está havendo uma ampliação da capacidade instalada, da formação bruta de capital fixo, o que é feito por empresas que decidem investir, isto é, decidem ampliar suas unidades de produção, suas fábricas, suas lavouras, etc. E que o Estado decidiu investir diretamente por suas empresas (poucas, no caso do Brasil somente no setor financeiro e no setor de energia) ou indiretamente, contratando empresas privadas para a construção de obras de infra-estrutura ou financiando investimentos privados para produzir bens de consumo e de capital. Ora, o crescimento, o desenvolvimento, à taxa de 7% a.a. significa a expansão das empresas, do capitalismo no Brasil, do emprego e dos lucros. Quanto menor o crescimento econômico menores as oportunidades de lucro, menores os investimentos, menor a geração de emprego (para absorver a mão-de-obra que ingressa no mercado todos os anos, cerca de 2 milhões de novos jovens trabalhadores) maior a violência e a exclusão social. Por outro lado, a demanda gerada pelos investimentos na infra-estrutura econômica e social é uma demanda em parte por bens de consumo o que estimula a ampliação da produção e o investimento privado, investimento cujo prazo de maturação é mais curto, o que reduz a pressão inflacionária. Aliás, a China e a Índia têm crescido a taxas superiores a 7% a.a. sem que tenha ocorrido inflação significativa.
  22. Um segundo obstáculo, segundo os prudentes, seria que a economia brasileira não teria como gerar a poupança necessária à realização dos investimentos. Aí, há quatro respostas possíveis: a primeira, que o próprio Estado brasileiro, através de uma política de juros mais adequada, disporia de recursos adicionais significativos para investir direta ou indiretamente. A segunda, que ainda há vasto espaço para ampliação do crédito para investimento. A terceira, que não se pode afastar, tendo em vista o elevado grau de desconhecimento dos recursos do subsolo brasileiro, a possibilidade de descoberta de recursos naturais importantes, como foi o caso das descobertas no pré-sal que colocarão o Brasil entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. A quarta, que uma economia em expansão dinâmica, com as características do Brasil, atrairá como já se verifica, capitais externos em volumes significativos, como ocorreu e ocorre com a China. Aliás, os investimentos chineses (que têm 2,3 trilhões de reservas) estão chegando em volumes muito expressivos ao Brasil, na compra de sistemas de transmissão, na construção de hidroelétricas e na exploração do petróleo, tornando a China o terceiro maior investidor no Brasil.
  23. O terceiro obstáculo ao desenvolvimento a taxas mais elevadas seria a escassez de mão de obra qualificada, em especial de engenheiros, nos mais diversos setores, que já estaria sendo detectada. Aí há duas soluções possíveis, pelo menos: a primeira, expandir os programas de formação e de retreinamento de engenheiros o que poderia ser feito rapidamente a custo baixo já que estudos recentes indicam a existência de grande número de vagas disponíveis nas escolas de engenharia; a segunda, “importar” mão de obra qualificada sem prejudicar a mão de obra nacional, bastando exigir o respeito aos padrões salariais da categoria, aproveitando, inclusive, a situação de crise em que se encontram os países desenvolvidos, onde há abundância de mão de obra qualificada, desempregada.
  24. Porém, finalmente e por outro lado, caso se deseje manter o Brasil como país pobre e subdesenvolvido, basta crescer a taxas modestas, obedecendo a todas as metas e a supostos potenciais máximos de crescimento, e, assim, lograr manter a economia estável porém miserável. Este baixo crescimento corresponderá a um custo humano e social elevadíssimo para a imensa maioria da população, exceto para os super-ricos, que se transformarão, cada vez mais, em proprietários rentistas e absenteístas, distantes e alheios aos conflitos que se agravarão cada vez mais na sociedade brasileira.
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Vera Abad – Cartas para Mariana

A estória é ambientada numa fictícia cidade do interior nos anos sessenta. A troca de cartas entre as personagens narra a história dos jovens que viveram os anos dourados e os anos de chumbo.

        As histórias foram realmente vividas e o livro é leitura para agradar não só aos saudosistas, mas também aos jovens. Estes encontrarão respostas às suas indagações sobre a participação dos que viveram os acontecimentos políticos após o golpe de 1964.

        Fugindo dos maniqueísmos, Vera Abad, mostra que, entre militares e rebeldes, havia amigos, colegas e parentes que se encontraram em fileiras opostas.

        E todos acreditavam estar buscando o mesmo fim. Mas, a principal curiosidade deste livro está na pergunta: O que aconteceu aos que não se tornaram famosos?

        Além das cartas, o livro intercalada poemas que pontuam a trama e é ilustrado com recortes de jornais da época que provam a veracidade dos fatos narrados .

 

 

“Outras Palavras” é o programa de Literatura de Levi Bucalem Ferrari na Rádio Cultura do Brasil.

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Roberto Bolaño – 2666

O livro é composto de cinco romances, interligados por dois dramas centrais: a busca por um autor sumido e uma série de assassinatos na fronteira do México com os Estados Unidos.

A primeira história narra a saga de quatro críticos europeus em busca de Benno von Archimboldi, um escritor alemão do qual não se conhecem fotos.

Na segunda, há a agonia de um professor mexicano às voltas com seus problemas existenciais.

O terceiro romance conta a história de um jornalista esportivo que se envolve com crimes cometidos contra mulheres da fictícia cidade de Santa Teresa, no México.

Na quarta parte do livro, esses crimes são narrados com a frieza e o distanciamento próprios da linguagem jornalística das páginas policiais.

E finalmente, na quinta história o leitor é conduzido de volta à Segunda Guerra, tornando-se testemunha do passado misterioso de Benno von Archimboldi.

A trama enigmática mantém o leitor em estado de suspense até o fim, quando só então o autor oferece a solução que permite compreender o conjunto do livro.

É um livro inteligente, surpreendente e de leitura fácil. Seu autor, Roberto Bolaño, é tido como um dos maiores fenômenos literários da atualidade.

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Nei Lopes – Kofi e O Menino De Fogo

Kofi é um menino africano que, certo dia, encontra-se frente a frente com um menino europeu.

 Ambos têm que lidar com idéias preconcebidas presentes na sociedade em que vivem.

O livro traz, adicionalmente, informações sobre Gana, o país onde se passa a história.

Excelente abertura para melhor conhecermos a África, Gana tem alguns aspectos de particular importância, como o fato de ter sido a porta de entrada dos europeus no continente no século XV.

Gana também foi um país marcado pela atuação de seus líderes no movimento pela independência dos países africanos no século XX.

Destinado principalmente ao leitor infanto-juvenil, o livro traz ilustrações de Helene Moreau.

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Nei Lopes – Histórias do Tio Jimbo

 

        Em 1950, Tio Jimbo era um garoto negro brasileiro. Ele estranhava naquela época não ouvir na escola os feitos guerreiros e políticos dos povos africanos.

        Mas seria mesmo assim? Hoje, aos 65 anos, Tio Jimbo não quer que essa história se repita com o garoto Dudu, seu sobrinho.

        Menino curioso e antenado do século XXI, Dudu vai se encantar com as histórias sobre seus antepassados.

        Histórias que aconteceram na idade média africana há muitos séculos ou há menos tempo, na África, em Roma, nos Estados Unidos ou aqui, no Brasil.

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Menalton Braff – Castelos de papel

Num dia comum, brincando com os netos num parque, um empresário milionário se depara com um sorveteiro, cujo simples olhar desencadeia toda uma verdadeira reviravolta existencial, com conseqüências que beiram o delírio.

É a partir desse encontro casual que Alberto repassa para si mesmo uma vida de vitórias, conquistadas nem sempre pelo esforço e pela competência profissional, mas muitas vezes com falcatruas, subornos, traições.

O aspecto épico desta obra aparece na nova batalha que o protagonista tem pela frente.  Agora não com seus inimigos, mas consigo mesmo. Este usa disfarces que ora o confundem com o sorveteiro, ora com o filho, ora com a própria esposa.

É nesse território de sombras que o velho guerreiro terá que lutar, exposto a encontros nada agradáveis com personagens do passado, supostamente enterrados, mas que agora ressurgem.

Tendo como fio condutor o drama de Alberto, o narrador vai aqui e ali traçando o perfil psicológico de outros membros da família.

Ao final, o romance pode ser lido também como uma viagem pelos meandros de uma família de classe alta no Brasil moderno, vivendo ao mesmo tempo sob a proteção do patriarca e sob o medo da violência urbana.

 

 

“Outras Palavras” é o programa de literatura de Levi Bucalem Ferrari na Rádio Cultura do Brasil.

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Luiz Fernando Veríssimo – Sexo na cabeça

Quando o assunto é sexo, não faltam histórias e confissões apaixonadas. Afinal, quem não se lembra da primeira vez?

Quem também já não foi protagonista de alguma cena que preferia apagar da memória da humanidade? Histórias não faltam. E o autor deste livro sabe disso.

Combinando humor e sexo, o volume traz uma seleção das melhores histórias de Luis Fernando Verissimo sobre o assunto que mobiliza multidões.

Verissimo, um dos cronistas mais sagazes da intimidade brasileira, mostra nesse livro que, para se pensar “naquilo”, não há hora nem lugar.

Como um voyeur da nossa vida privada, ele revela os fetiches que alimentam as grandes paixões e o delicioso jogo da sedução.

Em 45 crônicas, com abordagens divertidas e provocantes, o livro vai das gostosas brigas do início do namoro à ousadia das variadas formas de amor; dos códigos da relação a dois ao amor internauta, dos tradicionais segredos de alcova aos costumes dos tempos modernos.

 

 

 

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José Saramago – O homem duplicado

O que você faria se descobrisse que tem um sósia, alguém que é sua cópia fiel, o mesmo rosto, o mesmo corpo, a mesma voz?

        Este será o dilema do professor Tertuliano Máximo Afonso que, numa noite agitada, se vê reproduzido, como no espelho, no ator secundário de um filme. O professor se dá conta de que é um homem duplicado.

        Cada pessoa é singular, única, e quando alguém rouba a personalidade de outrem, ambos perdem a identidade. O professor ou o ator: um dos dois está sobrando.

        Os romances recentes de José Saramago retratam uma época de transformação que, para muitos, resultam em mais perdas que ganhos.

        Em Ensaio sobre a cegueira, p.ex., as pessoas perdem a vista, sinal de um tempo em que todos parecem estar cegos. Em O homem duplicado, dá-se a perda de identidade, tema ficcional para que o autor toque num dos assuntos mais desumanos da sociedade global:

        Seus mecanismos uniformizadores destroem as singularidades numa cultura pretensiosamente universal.

 

 

 

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José Renato de Almeida Prado – Prosa Fiada e outros goles

Vinte e dois anos de um olhar apurado sobre o cotidiano compõem as páginas de Prosa fiada e outros goles”, livro do jornalista José Renato de Almeida Prado.

A obra surpreende pela agudeza das percepções de fatos aparentemente triviais, que ganham cores inusitadas sob o ponto de vista do autor. De forma bem-humorada, Almeida Prado mostra que mesmo as mais simples histórias merecem registro.

Desde a burocracia bancária, de quem Almeida Prado acredita “que só falta exigir espermograma do correntista”, Prosa Fiada traz experiências pessoais do autor desde a adolescência até a vida adulta.

A experiência do autor como repórter transforma  notícias em crônicas, como o caso do escriturário que defecou sobre um processo judicial.

E o da boneca atirada nas águas do Rio Tietê, que mobilizou a polícia e bombeiros porque uma testemunha acreditava que se tratava de uma criança.

 

 

 

 

 

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José Ramos Tinhorão – A música popular no romance brasileiro – volume II

Este é 2º volume sobre a música popular no romance brasileiro preparada por José Ramos Tinhorão.

        Aqui o ponto de partida é o final do século XIX caracterizado pela abolição da escravidão, o advento da República, o início da atividade industrial e a imigração estrangeira.

        Na área cultural assistimos à descentralização da produção literária. Além do Rio de Janeiro, entram em cena Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Recife, entre outras capitais.

        Os temas se ampliam fazendo surgir os romances de escândalo ou de crônica e os centrados em pequenas cidades.

        Surgem as narrativas sobre a vida operária e pequeno-burguesa. Aumentam referências à música popular, como produto cultural destinado ao lazer de minorias.

A primeira referência do livro é Lima Barreto, e seu Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), e vai até O último dos Morungabas de Galeão Coutinho (1944).

 

 

 

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José Lins do Rego – Menino de Engenho

Clássico do ciclo do romance nordestino, esta obra de José Lins do Rego conta a história de Carlos, um menino que aos quatro anos perde a mãe assassinada pelo pai.

        Carlinhos é levado ao engenho Santa Rosa de seu avô materno onde conhece tia Maria, moça atenciosa e generosa que procura suprir com amor a ausência da mãe.  

        Conhece também tia Sinhazinha, que implicava com tudo. Todos os empregados da casa tinham que cumprir suas ordens e respeitar suas crueldades.     

        O engenho é um mundo cheio de aventuras, desigualdades sociais, promiscuidade e desrespeito sexual. E, neste ambiente, o menino começa muito cedo sua vida amorosa, se apaixonando por sua primeira professora e, logo depois, por suas primas.

        Fascinado com a liberdade que desfrutava, Carlos se encanta com as filhas dos empregados e aflora para uma vida sexual precoce. Mas, aos doze anos de idade, contrai uma doença sexualmente transmissível.   

        Carlos passa a preocupar seu avô, que resolve interná-lo em um colégio. Para o menino, este é o fim de um período inesquecível de sua vida.

 

 

 

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