Carla Dias
Ed. SIC
Kalé e Alice sofrem de fobia social. Tem medo do convívio com as pessoas, de seu comportamento padrozinado, por isso preferem viver emocionalmente isolados.
Ele é escritor, ela cineasta. Quando se conhecem, ela faz vídeos com pessoas psicologicamente perturbadas enquanto ele está tentando escrever um romance. Kalé, em busca de sossego para escrever, aluga um quarto no apartamento de Alice. E aí começa um jogo de sedução e estranhamento comum entre homem e mulher.
Por isso, estamos diante de um romance feito de pequenos segredos e fortes confissões ao longo do qual lealdade e confiança são sempre postas em questão.
Dentro deste romance há outro, aquele que Kalé começou a escrever secretamente sobre a vida de Alice. Kalé faz como que um contraponto: Tudo que na vida real é conturbado, agressivo, em seu novo livro aparece cheio de ternura.
Tudo isso permite ao leitor um duplo olhar sobre a realidade e as relações humanas; como são e como poderiam ser. Como diz sobre o livro o escritor e crítico Nelson de Oliveira “… é muito bom poder observar alguns demônios de perto, pacificados por um suave estilo literário”.