LITERATURA NA ESCOLA

Levi

Levi, José Castilho Marques, Anna Cláudia Ramos e Daniel Mundukuru

Fórum em Brasília debate a formação e a qualificação de jovens leitores

Os ministérios da Educação (MEC) e da Cultura (MinC) estão promovendo o Fórum Literatura na Escola – Biblioteca Escolar e Mediação da Leitura, com o objetivo de discutir a formação de leitores na educação básica e o papel da literatura na escola.

O encontro – que está sendo realizado nos dias 24 e 25 de julho, no Auditório do MEC, em Brasília – conta com a participação de técnicos dos dois órgãos, pesquisadores, escritores, professores, bibliotecários.

A iniciativa também visa a apresentação e o debate das ações do MEC e do MinC junto às escolas, voltadas para o fomento à leitura e à difusão da literatura, além de fazer uma análise da situação atual, do desempenho esperado pela biblioteca escolar e do papel do professor como mediador e incentivador do hábito da leitura.

Presente ao evento, o secretário executivo do Plano Nacional de Livro e Leitura, José Castilho Marques Neto, explica que “uma das principais metas do PNLL é democratizar o acesso à leitura, já que cada vez mais os jovens e as crianças, se tratando da escola pública, têm acesso à leitura por intermédio principalmente das bibliotecas escolares. O segundo ponto é a formação de mediadores de leitura, pois nós entendemos que deve haver um enorme esforço do governo e da sociedade para formação de professores, leitores, pessoas que tenham prazer da leitura e possa transmitir isso para os jovens”.

O coordenador-geral de Livro e Leitura do MinC, Jéferson Assumção, considera “primordial que a escola seja um local capacitado para formar leitores culturais, ou seja, a cultura da leitura que ultrapasse seus muros e faça parte do cotidiano do aluno”. Ele ressalta que, além da dimensão funcional, é necessária a formação de um leitor crítico. “A leitura qualifica a relação do indivíduo com os outros segmentos da cultura, com o meio ambiente, saúde, segurança. E a leitura de literatura mais ainda. Por isso, ela [a literatura] precisa voltar para os currículos escolares.”

Várias propostas e sugestões voltadas à meta de qualificação dos leitores brasileiros, em relação à literatura, foram apresentadas durante os debates. Segundo a presidente da Associação Nacional de Escritores e Ilustradores de Livros Infanto-Juvenis (AEILIJ), Anna Cláudia Ramos, é fundamental ter um mediador nas escolas, que seja capaz de fazer uma ponte entre o livro e os jovens. “Sugerimos a elaboração de um guia de leitura para os professores e bibliotecários com uma linguagem acessível. Mas esse projeto tem de ser realizado pelo MEC e pelo MinC, já que o livro está ligado à educação, quando deveria estar ligado também à Cultura.”

Já o presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), Levi Bucalem, ressalta que é preciso combater o grande inimigo da leitura que é a televisão. “O poder da TV no Brasil é o maior em todo o mundo. Ela é o monopólio da informação, do entretenimento e da ficção. É muita ficção audiovisual para a gente competir com ela.” Bucalem sugere a separação da literatura da disciplina de língua portuguesa nas escolas públicas, o que já vem sendo feito nas escolas particulares. Incentiva, também, a realização de oficinas de redação, de concursos literários e a mudança das questões dos vestibulares em relação à literatura, dentre outras sugestões.

Representando a Academia Brasileira de Letras (ABL), Daniel Mundukuru (vencedor do Prêmio Machado de Assis 2008, na categoria Literatura Infanto-Juvenil, pela obra Olho do Bom Menino), também participa das discussões. Falando sobre o incentivo ao livro e à leitura para as populações indígenas, ele destaca como negativo o pouco contato que os índios têm com a literatura. Na opinião do acadêmico, “eles têm uma fantasia na cabeça, só precisam aprender a escrever para transformar em livro. Tem de haver um estímulo, programas que ajudem essas histórias se tornarem conhecidas”.

O Fórum Literatura na Escola conta com palestras e mesas-redondas com os seguintes temas: O papel da literatura na escola, A literatura no currículo escolar, Literatura na escola: a visão dos escritores, Literatura na escola: conceitos e práticas públicas, A biblioteca escolar como centro de referência de aprendizagem – a experiência chilena, O papel do professor/leitor como mediador da leitura e O papel da biblioteca escolar na formação de leitores.

Fonte: Comunicação Social/MinC
(Texto: Narla Aguiar / Foto: André Simas)

Sobre levi

Poeta, ficcionista, ensaísta, sociólogo e professor universitário. Presidente da UBE - União Brasileira de Escritores, diretor do Sindicato dos Sociólogos de S. Paulo e Presidente do IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos. Integra a Coordenação do Movimento Humanismo e Democracia e o Conselho de Redação da Revista Novos Rumos. Foi Presidente da ASESP – Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo, Administrador Regional de Santana -Tucuruvi (SP). Coordenador da Proteção dos Recursos Naturais do Estado de São Paulo. Livros Publicados: Burocratas e Burocracias (ensaio, SP, Ed. Semente, 1981); Ônibus 307 – Jardim Paraíso (poesia, SP, Muro das Artes, 1983); A Portovelhaca e as Outras (poesia, SP, Paubrasil, 1984). O Seqüestro do Senhor Empresário (romance, SP, Publisher/Limiar, 1998); O Inimigo (contos, Limiar – SP, 2003). Recebeu o Prêmio de Revelação de Autor da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e outros. Publicou diversos artigos, contos, crônicas, poemas e resenhas literárias em coletâneas, jornais e revistas.
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