Vanessa Bárbara
Ed. Cosac&Naify
Em meio ao tumulto do Terminal Tietê, é possível enxergar personagens como o Sr. Creso, que passa todos os dias na rodoviária pontualmente às 19h para cumprimentar os funcionários, o vendedor de malas Hugo, “o Mala”, um bebê que dança pelo saguão do terminal com uma bolacha de maisena na mão e uma infinidade de freiras e de surfistas.
Aparecem também os busólogos, grupo de aficionados por tudo o que diga respeito aos ônibus bem como o universo burocrático-místico da empresa que controla a rodoviária, a Socicam.
Ao mesmo tempo em que se preocupa com o macro, a autora deixa claro o seu interesse pelas histórias anônimas. Em um dos capítulos traz uma “história oral do Tietê”, feita a partir de fragmentos de conversas colhidas ao acaso como voz da velhinha que pára no balcão de informações e pergunta “Moça, onde é que eu faço inscrição para ir pro Iraque”. São muitas as conversas deste tipo no mundo condensado num terminal rodoviário tão grande.