Ignácio de Loyola Brandão
Global Editora (Edição Comemorativa 25 Anos)
Há quem diga que diga artistas são uma espécie de antena de raça. Como os profetas, têm a capacidade de antever, enxergar muito antes que os simples mortais. Graças a sua sensibilidade aguda.
Artistas têm ainda o dom que os faz serem ouvidos. Cientistas e ambientalistas passaram anos repetindo que os problemas centrais da humanidade, nos dias de hoje, são as mudanças climáticas e padrões insustentáveis de produção e consumo, que comprometem a capacidade de reposição da biosfera terrestre. São os fenômenos conhecidos como efeito estufa, aquecimento global, aumento da área tomada pelo mar e muitas outras catástrofes previstas.
Pois bem, de certa forma, o escritor Ignácio de Loyola Brandão já falava nisto tudo. Há 25 anos, era lançado seu livro, Não Verás País Nenhum, hoje coincidentemente chegando a 25ª edição.
As pessoas lêem. Sabem que o autor está falando, há um quarto de século, das mesmas coisas que as autoridades da ONU viriam tratar muito depois. Mas em 1981, só alguns poucos cientistas tratavam das ameaças que se desenhavam.
Também por isso, este livro teve um forte impacto em todos que o leram. E até hoje pode assustar os menos avisados. É um livro de ficção, um romance, mas traz muitas imagens de um futuro que parece cada vez mais próximo. E ameaçador.
Por isso é tão atual e tão lido. E escrito no já consagrado estilo de um dos melhores escritores da atualidade.
“Outras Palavras”, programa de literatura de Levi Bucalem Ferrari na Rádio Cultura Brasil.