No primeiro painel do 8º Congresso Brasileiro de Cinema, realizado hoje (14/09), pela manhã, compuseram a mesa Ana Paula Santana (Secretaria do Audiovisual), Alain Fresnot (Apaci), Geraldo Ribeiro (Uninfra), Celso Gonçalves (ABD) e Tetê Moraes (Abraci). O tema discutido foi: “O Audiovisual no Brasil Hoje: Infraestrutura e Produção”. A moderação foi de Geraldo Veloso (AMC).
Depois da colocação feita por Alain Fresnot, que colocou ainda ser insuficiente a verba disponibilizada para a produção do audiovisual no Brasil, via leis de incentivo e fundos setoriais, Ribeiro apontou para as altíssimas taxas de importação para compra a reposição de material como uma das principais razões para o custo alto da cadeia produtiva. “Só para citar um exemplo, há apenas duas empresas que comercializam determinado tipo de lâmpada. Quando a compramos, pagamos um preço 217% maior que o seu preço original. Ou seja, nós somos obrigados a elevar o preço da cadeia produtiva e me parece que o governo ainda não entendeu isso.”
Ana Paula pontua que precisamos de “cinema de indústria. Essa cisão entre cinema comercial e cinema de autor tem que ser superada”. E questiona: “até que ponto estamos, de fato, preocupados com a atratividade dos nossos filmes?” Para “a burocrata menos burocrata que existe da SAV”, como ela mesma se classificou, “há, sim, uma distorção. A coisa está desordenada; a acessibilidade é complexa, apesar de saber que nunca houve tantos recursos para a produção como há agora. Temos que pensar também nas funções de cada um da cadeia produtiva, algumas funções se sobrepuseram às outras, se misturaram e o Estado, por falta de perna, repassou ao privado”.
Fresnot finalizou o painel colocando que, mesmo sabendo que há uma série de recursos e ferramentas, “isso ainda não é suficiente” e comparou números do market share brasileiro com o francês.