No segundo painel do dia, também realizado pela manhã, debateu-se “O Audiovisual no Brasil Hoje: Distribuição, Exibição e Difusão Cultural”. Estiveram na mesa, sob moderação do Beto Rodrigues (distribuidor), Glauber Piva (Ancine), Caio Cesário (Minc), Francisco Cesar Filho (Fórum dos Festivais), Aleteia Selonk (ABD) e João Baptista Pimentel (CNC).
Caio Cesário detalhou o funcionamento e êxito da Programadora Brasil.
Glauber Piva lembrou que atualmente mais de 70% das salas de cinema estão em shopping centers. “Precisamos considerar outros modelos de negócios para o parque exibidor” – e foi aplaudido. Mencionou também programas e iniciativas que levam o cinema ao público de caminhão, por exemplo. Não são salas tradicionais de cinema, mas têm levado o audiovisual brasileiro a milhares de pessoas.
Francisco Cesar Filho, ou Chiquinho como é conhecido no meio, elencou a importância dos festivais brasileiros – hoje, na ordem de 220 ao ano, em praticamente todos os Estados do País: para ele, esses eventos são fundamentais para que o cinema brasileiro encontre o seu público. “Posso dizer com muita segurança que ao menos três milhões de pessoas assistem à produções nacionais quando somamos o público de todos os Festivais”. E completa: “dessa totalidade, 85% têm entrada gratuita. Às vezes ouço algumas críticas – infundadas – de que há muito Festival espalhado pelo País e com uma programação muito parecida. Mas quem fala isso não fez uma reflexão a esse respeito: cada Festival tem seu perfil e público diferente”.
Aleteia Selonk pontuou a importância do curta-metragem “como peça fundamental para o desenvolvimento da cadeia como um todo. Afinal, desde o século passado, e mesmo com a interrupção da produção, o curta nunca deixou de ser feito”. Para a produtora há a necessidade de se criar uma “real integração entre agentes do setor, esfera pública e privada, assim como universidades e produtoras”.
Pimentel finalizou: “a pauta aqui não é o umbigo e sim o setor como um todo”. “Antes de abrir o debate para o público colocou ainda que é contra o aumento do número de salas sem que essa proposta esteja associada ao aumento do número de cota de tela”.