TVs, Novas Mídias e Convergências Digitais

O painel quatro, último do dia, foi também um dos mais cheios e um dos mais quentes. A conversa discorreu sobre vários aspectos referentes ao audiovisual hoje. Estiveram presentes, sob coordenação de Chico Faganello (Santacine / ABD), Murilo Azevedo (MinC), Roberto Farias (cineasta), Nelson Hoineff (ACCRRJ), Geber Ramalho (Porto Digital), Silvio Da-Rin (TV Brasil), Adriano de Angelis (MinC), José Augusto de Blasiis (Universidade Metodista / SP), Luciana Tomasi (Casa de Cinema de Porto Alegre), Tereza Trautman (distribuidora) e Humberto Matsuda (Performa Investimentos).

Roberto Farias foi o primeiro a falar. O cineasta iniciou sua colocação falando que se sentia muito honrado em estar ali presente já que não filma há mais de 20 anos. “Desde que se mudou o jeito de fazer cinema no Brasil, eu nunca mais fiz. Sou de uma outra época; os incentivos vinham depois do filme pronto”. Para ele, o principal parceiro que o cinema brasileiro deve ter é a TV Brasil.

Da-Rin, representante da TV, faz um retrospecto da história da televisão no País. E coloca: “há 60 anos, quando surgiu a televisão, o

cinema era a nossa maior diversão e estava minimamente estruturado. Mas, a TV não bebeu dessa fonte; a TV absorveu muita coisa do rádio”. Entende-se que começou aí um certo descompasso. Da-Rin fala ainda sobre a necessidade de adequação e atualização, afinal, hoje em dia temos que considerar “a multiplicação dos canais pagos, a convergência digital, a mudança de mentalidade de empresas e do público”. Da-Rin pontuou também várias iniciativas que têm sido feitas pelo canal público e reforçou sobre a urgência em se fazer mais parcerias com produtoras independentes. Segundo ele, 49,9% do que é exibido na TV Cultura e 7,9% do que é veiculado na TV Globo é conteúdo audiovisual brasileiro não produzido pelas próprias emissoras.

Tereza colocou sobre dificuldades e “perversão” do mercado no que diz respeito à exibição de conteúdo brasileiro. “No final das contas, o produtor brasileiro está passando seu filme quase que de graça”. Para ela, a “produção cinematográfica brasileira é como uma fábrica de carros… que não tem rodovia para trafegar”. A distribuidora colocou uma série de questões burocráticas e contratuais, hoje em vigor, que engessam a exploração e veiculação de conteúdo nacional nos canais a cabo. “O cenário de hoje é bem difícil e esperamos que a PL 29 altere este quadro”.

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