Mario de Andrade publicou Macunaíma, o herói sem nenhum caráter em 1938. Por falta de editora, a tiragem do romance foi de apenas oitocentos exemplares, mas o livro foi festejado pela crítica modernista por sua inovação narrativa e de linguagem.
Poeta, contista, romancista, cronista, critico de arte, folclorista, professor e músico, Mário iniciou sua carreira em 1917 com o livro Há uma gota de sangue em cada poema. Sua segunda obra, Paulicéia desvairada, foi publicada em 1922, ano em que o autor participou da Semana de Arte Moderna de São Paulo.
O romance reúne lendas e mitos indígenas e folclóricos, propiciando uma experiência única de contato com o linguajar corrente no país e a essência do comportamento brasileiro, em suas virtudes e defeitos.
O personagem Macunaíma simboliza o sujeito esperto e irreverente, preguiçoso, malandro, capaz de exercer influência sobre os que estão ao redor e de se sair bem sem precisar de muito esforço e trabalho. O termo Macunaíma já virou adjetivo com estas características.
O livro é o grande ícone do romance modernista no Brasil, e obra fundamental para de compreender a literatura brasileira do último século – e de hoje. Já inspirou filme e peça de teatro.
“Outras Palavras” é o programa de literatura de Levi Bucalem Ferrari na Rádio Cultura do Brasil.