Arquivo da tag: Alfonsina Storni

Diante do mar (Alfonsina Storni)

Oh, mar, enorme mar, coração feroz de ritmo desigual, coração mau, eu sou mais tenra que esse pobre pau que, prisioneiro, apodrece nas tuas vagas. Oh, mar, dá-me a tua cólera tremenda, eu passei a vida a perdoar, porque entendia, … Continue lendo

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A carícia perdida (Alfonsina Storni)

Sai-me dos dedos a carícia sem causa, Sai-me dos dedos…No vento, ao passar, A carícia que vaga sem destino nem fim, A carícia perdida, quem a recolherá? Posso amar esta noite com piedade infinita, Posso amar ao primeiro que conseguir … Continue lendo

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Inútil sou (Alfonsina Storni)

Por seguir das coisas o compasso, às vezes, quis neste século ativo, pensar, lutar, viver com o que vivo, ser no mundo algum parafuso a mais. Mas, atada ao sonho sedutor, do meu instinto voltei ao escuro poço, pois, como … Continue lendo

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Quando cheguei à vida (Alfonsina Storni)

Vela sobre minha vida, meu grande amor imenso. Quando cheguei à vida trazia em suspense, na alma e na carne, a loucura inimiga, o capricho elegante e o desejo que açoita. Encantavam-me as viagens pelas almas humanas, a luz, os … Continue lendo

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Sabeis algo? (Alfonsina Storni)

Subi, subi, subi. Já estava bem em cima quando senti um murmúrio. Era desafio, diatribe? Escutei: gargalhadas, ironias, insultos. O que vos pareço uma símia? Oh meus bons estultos. Sabeis de coisas belas? Eu, fazem séculos que vivo trança que … Continue lendo

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Dorme tranquilo (Alfonsina Storni)

Falaste a palavra que enamora meus ouvidos. Já esqueceste? Bom. Dorme tranquilo, deve estar sereno e charmoso o teu rosto a toda hora. Quando encanta a boca sedutora deve ser fresca, seu dizer ameno; Para teu ofício de amante não … Continue lendo

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Palavras a um habitante de Marte (Alfonsina Storni)

Será verdade que existes sobre o vermelho planeta, que, como eu, possuis finas mãos prêensíveis, boca para o riso, coração de poeta, e uma alma administrada pelos nervos sutis? Mas no teu mundo, acaso, se erguem as cidades como sepulcros … Continue lendo

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Homem pequenino (Alfonsina Storni)

Homem pequenino, homem pequenino, solta teu canário que quer voar… Eu sou teu canário, homem pequenino, deixa-me saltar. Estive na tua gaiola, homem pequenino, homem pequenino que gaiola me dás. Digo pequenino porque não me entendes, nem me entenderás. Também … Continue lendo

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Vou dormir (Alfonsina Storni)

Dentes de flores, touca de sereno, Mãos de ervas, tu, ama-de-leite fina, Deixa-me prontos os lençóis terrosos E o edredom de musgos escardeados. Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me. Põe-me uma lâmpada à cabeceira; Uma constelação; a que te agrade; Todas … Continue lendo

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O rogo (Alfonsina Storni)

Senhor, Senhor, faz já tanto tempo, um dia Sonhei um amor como jamais pudera Sonhá-lo ninguém, algum, amor que fora A vida toda, toda a poesia… E passava o inverno e não vinha, E passava também a primavera, E o … Continue lendo

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