Inútil sou (Alfonsina Storni)

Por seguir das coisas o compasso,
às vezes, quis neste século ativo,
pensar, lutar, viver com o que vivo,
ser no mundo algum parafuso a mais.

Mas, atada ao sonho sedutor,
do meu instinto voltei ao escuro poço,
pois, como algum inseto preguiçoso
e voraz, eu nasci para o amor.

Inútil sou, pesada, torpe, lenta,
meu corpo, ao sol estendido, se alimenta
e só vivo bem no verão,

quando a selva cheira e a enroscada
serpente dorme em terra calcinada;
a fruta se abaixa até minha mão.

(Tradução de Héctor Zanetti)

» Biografia de Alfonsina Storni

Inútil soy
Alfonsina Storni

Por seguir de las cosas el compás,
A veces quise, em este siglo activo,
Pensar, luchar, vivir com lo que vivo,
Ser em el mundo algún tornillo más.

Pero, atada al ensueño seductor,
De mi instinto volvi al oscuro pozo,
Pues, como algún insecto perezoso
Y voraz, yo nací para el amor.

Inútil soy, pesada, torpe, lenta.
Mi cuerpo, al sol, tendido, se alimenta
Y solo vivo bien em el verano,

Cuando La selva huele y la enroscada
Serpiente duerme em tierra calcinada;
Y la fruta se baja hasta mi mano.

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