RATO

Luiz Capucho
Ed. Rocco

Numa casa de cômodos caindo aos pedaços, moram Dona Creuza e seu filho, um rapaz calado e misterioso. Seu pseudônimo é Rato e seu nome jamais será revelado.

Rato é o protagonista e narrador deste romance. É um jovem esquisito, sustentado pela mãe, lavadeira e passadeira, e coabita com tipos bizarros, como bêbados, drogados, lunáticos, marinheiros e aposentados, entre outros moradores.

Rato não trabalha, mas acredita que a literatura ainda vai salvá-lo e tirá-lo dessa realidade inebriante. Ao usar apenas um pseudônimo, Capucho faz de Rato ao mesmo tempo todos e qualquer um.

A máscara encobre o nome de seu protagonista, mas o deixa livre para escancarar sentimentos e descrever detalhes de dor e de prazer. Além disso, a história narrada em primeira pessoa, leva o leitor a sentir certa cumplicidade com Rato.

Com extrema habilidade, Capucho descreve o ambiente, os personagens exóticos e a singeleza da mãe de Rato, que o sustenta e acha isso normal. Conquistado pela narrativa, o leitor se surpreende pela agudeza da percepção de Rato que, em seu restrito universo, percebe seu tempo com uma sensibilidade profunda e cortante.

O final quase feliz do livro deixa uma mensagem otimista a todos que, de alguma forma, sentem-se enredados nas teias do cotidiano, ratos ou não.


“Outras Palavras”, programa de literatura de Levi Bucalem Ferrari na Rádio Cultura Brasil.

Sobre levi

Poeta, ficcionista, ensaísta, sociólogo e professor universitário. Presidente da UBE - União Brasileira de Escritores, diretor do Sindicato dos Sociólogos de S. Paulo e Presidente do IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos. Integra a Coordenação do Movimento Humanismo e Democracia e o Conselho de Redação da Revista Novos Rumos. Foi Presidente da ASESP – Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo, Administrador Regional de Santana -Tucuruvi (SP). Coordenador da Proteção dos Recursos Naturais do Estado de São Paulo. Livros Publicados: Burocratas e Burocracias (ensaio, SP, Ed. Semente, 1981); Ônibus 307 – Jardim Paraíso (poesia, SP, Muro das Artes, 1983); A Portovelhaca e as Outras (poesia, SP, Paubrasil, 1984). O Seqüestro do Senhor Empresário (romance, SP, Publisher/Limiar, 1998); O Inimigo (contos, Limiar – SP, 2003). Recebeu o Prêmio de Revelação de Autor da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e outros. Publicou diversos artigos, contos, crônicas, poemas e resenhas literárias em coletâneas, jornais e revistas.
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